A Cruzada de Trump Contra o Clima e o Retorno da Era dos Fósseis
- Clandestino
- 10 de mar.
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Em um movimento que desafia qualquer noção de responsabilidade ambiental, o secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright, anunciou nesta segunda-feira (10) que a administração Trump restabelecerá uma política agressivamente favorável aos combustíveis fósseis, enterrando de vez o legado de Joe Biden sobre mudanças climáticas. O pronunciamento ocorreu diante de um público de magnatas do setor na conferência de energia CERAWeek, em Houston.

"A administração Trump encerrará as políticas quase religiosas irracionais da administração Biden sobre mudanças climáticas, que impuseram sacrifícios intermináveis aos nossos cidadãos", declarou Wright, sendo ovacionado pelo auditório repleto de executivos da indústria petroleira. A promessa é clara: desmantelar regulações ambientais e facilitar a exploração de combustíveis fósseis, em uma cruzada contra as energias renováveis.
Desde que retornou à Casa Branca, Trump tem conduzido uma guerra comercial desenfreada, eliminando regulações que dificultam a expansão das indústrias de petróleo e gás. Sua ordem executiva "Liberando a Energia Americana" simboliza essa nova fase, na qual ele promete exterminar qualquer vestígio do Green New Deal e abraçar o "ouro líquido" que move sua base de apoiadores e financiadores.
A retórica ambientalista não tem espaço na agenda trumpista. Wright classificou projetos eólicos offshore como um "desperdício de dinheiro" e afirmou que fontes renováveis jamais substituirão o gás natural. "Fui chamado de negacionista das mudanças climáticas, mas sou um realista climático", disse ele, ignorando um consenso científico global sobre a urgência climática.
A iniciativa de Trump também busca impulsionar as exportações de gás natural liquefeito (GNL), reforçando os laços comerciais com países dependentes de energia. Recentemente, Wright celebrou a expansão de uma instalação de exportação de GNL na Louisiana, avaliada em 18 bilhões de dólares.
No entanto, especialistas alertam que a abordagem "crescer por crescer" pode ser um tiro no pé para o próprio setor. O diretor executivo da Chevron, Mike Wirth, afirmou que muitas empresas já atingiram seu limite e buscam estabilidade em vez de "apenas mais barris". Enquanto isso, ambientalistas denunciam que a agenda de Trump coloca comunidades vulneráveis e o futuro do planeta em risco.
Seja por conveniência ou convicção, a administração Trump insiste em ignorar os alertas climáticos em nome da "grandeza" energética. Enquanto o mundo avança na transição para fontes limpas, os Estados Unidos se voltam para uma estratégia do século passado, em uma obsessão perigosa com a indústria de combustíveis fósseis. A história julgará se essa aposta insana resultará em prosperidade ou no colapso ambiental definitivo.
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