A GUERRA E SEUS ESQUADRÕES - POR JEANDERSON MAFRA
- Clandestino
- 2 de dez. de 2024
- 1 min de leitura
A guerra insana
e seus esquadrões
Leva o verde
vivo da relva
E a verve nutrida
das emoções
Leva o calote,
o irrisório cisma
Desdenha da morte
Pregando um sofisma
trazem o malote
Ao senhor da guerra
Que do sul ao norte
desenha uma terra
Não chove o maná,
não vê-se andorinhas,
Mas chove um olhar
Vingança advinda
por quem será
o olho que tudo vê,
mas nunca pisca?
E quem comerá
da fome, a sede
do nó das tripas?
A última esperança
A vila destruída,
O choro da criança
do mártir que se arrisca
A levantar do escombro,
A reviver o sonho
Banhado de ouro
Do invencível Domo
Ver sorrir os filhos
a mulher formosa.
ver avós e tios
E a mesa frondosa.
tê-los no almoço
a gargalhar dos ais
afastá-los do insosso
De amargos sinais
Mas a guerra tirana
com seus esquadrões
dilacera a casa,
profana os portões.
destrói sua vinha,
o azeite e o pão,
torrados na xícara
de café ao chão
No choro,
não há mais lágrimas.
a vida,
Esta se cobra.
e toda cena é banida
na mortalha insípida
Em tarjas de agora
mas depois da guerra
e seus esquadrões
Virá uma vila
e alegres pulsões
crianças brincando,
casais se abraçando
Memórias cantadas pelos anciões

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