A corrida europeia pela maior migalha da mesa de Washington
- Clandestino
- 4 de mar.
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A Europa Ocidental, eterna aspirante a protagonista global, se prepara para mais um ciclo de servilismo aos caprichos do império americano. Nos próximos meses, a região testemunhará uma frenética onda de diplomacia submissa, enquanto seus líderes disputam quem será o novo favorito da Casa Branca. O grande prêmio? Um aperto de mão mais firme e uma migalha mais gorda no banquete da política global.
Com a mudança de comando em Washington, os satélites europeus dos Estados Unidos aceleram seus realinhamentos, ensaiando discursos que passarão a iludir suas populações sobre uma suposta autonomia política. Mas não se enganem: a verdadeira disputa não é pela soberania, e sim por qual líder do continente se tornará o vassalo predileto do novo governo ianque.
A CORRIDA DA SUBMISSÃO: BERLIM, PARIS E LONDRES SE CURVAM
Entre os competidores principais, temos a Alemanha, a França e o Reino Unido. A Polônia, sempre adiantada na corrida pela lealdade canina, já garantiu seu posto de bom garoto. Enquanto isso, Bruxelas, por puro instinto, continua a torcer o nariz para administrações republicanas dos EUA, especialmente aquelas tingidas pelo laranja radioativo de Donald Trump.
Londres, isolada da UE e sem o peso de outrora, tenta se reinventar como o falcão anti-Rússia, mas sua relevância é tão frágil quanto suas pretensões de mediador. A Alemanha, por sua vez, é a prudência em pessoa: Friedrich Merz, cotado para assumir como chanceler, aguarda sinais claros de Washington antes de mover uma palha. Afinal, um erro de cálculo pode custar caro quando a economia depende de quem está no comando do império.

MACRON: O EXECUTOR DA CAPITULAÇÃO EUROPEIA
Mas o protagonista desse teatro é Emmanuel Macron. O presidente francês já correu para Washington como o primeiro da fila, ansioso por selar sua relevância com um beijo no anel imperial. Macron encarna perfeitamente o político europeu contemporâneo: sem convicção, sem autonomia, sem qualquer traço de líder que poderia ter emergido quando a Europa ainda importava no xadrez global.
Seus anos de governo foram uma masterclass de como se manter no poder sem oferecer nada de substancial. Ele já declarou a "morte cerebral" da OTAN, para depois se retratar; já flertou com a autonomia estratégica da UE, para depois curvar-se às exigências de Washington. Agora, ele está pronto para liderar a transição da Europa Ocidental rumo à sua rendição silenciosa diante da crise ucraniana.
O FIM DA EUROPA COMO SUJEITO HISTÓRICO
A grande questão não é "se" a Europa perderá, mas "como" sua derrota será formalizada. Enquanto EUA e Rússia negociam os termos reais do novo equilíbrio de poder, os líderes europeus fingem ser protagonistas de um roteiro que não escrevem. A introdução de "forças de paz" da UE na Ucrânia será vendida como uma grande vitória diplomática, mesmo que não passe de um recuo humilhante e calculado.
Quando Macron finalmente sair do cenário político, não haverá surpresa se ele conseguir uma posição cômoda em algum organismo internacional ou corporação, deixando a França atolada na estagnação. Enquanto isso, a Europa continuará sua jornada rumo à irrelevância histórica, celebrando como "triunfos" as concessões que Washington lhe permitir fazer.
Afinal, é disso que se trata a política europeia atual: não sobre soberania, não sobre protagonismo, mas sobre quem será o servo mais leal ao império. A história já está escrita, e o papel da Europa é o de figurante.
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