Lula desafia hegemonia dos EUA e firma nova aliança com a China
- Clandestino
- 11 de mai.
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Em plena escalada da guerra tarifária movida pelos Estados Unidos contra a China, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Pequim no último sábado, onde participará do IV Fórum Ministerial China-CELAC, programado para 13 de maio. A visita marca uma nova etapa no reposicionamento do Brasil e de outros países latino-americanos diante da bipolaridade geopolítica emergente.
Lula não chega sozinho: ao lado dos presidentes Gustavo Petro (Colômbia) e Gabriel Boric (Chile), o líder brasileiro se junta a uma articulação política que aposta na cooperação com o gigante asiático como alternativa ao modelo ocidental de dependência econômica. O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, também já se encontra em território chinês, consolidando a presença de governos latino-americanos que divergem da lógica imposta por Washington.
A viagem de Lula à China prevê a assinatura de novos acordos bilaterais e o fortalecimento das relações com o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Embora o encontro com o presidente Xi Jinping ainda não tenha data confirmada, fontes diplomáticas indicam que os dois líderes devem se reunir nos próximos dias para selar compromissos estratégicos de longo prazo.

Durante o evento, o Ministério das Relações Exteriores da China anunciará uma nova agenda de colaboração com a América Latina, cujo foco estará voltado para áreas como inovação científica, infraestrutura, investimentos comerciais e a ampliação da Iniciativa do Cinturão e Rota – ambicioso projeto chinês de integração global que enfrenta resistências diretas de Washington.
Ao reforçar os laços sino-latino-americanos, Lula envia um recado claro à Casa Branca: o mundo multipolar está em marcha, e o Sul Global não se contentará em ser coadjuvante. O presidente brasileiro já havia criticado, em ocasiões anteriores, as sanções unilaterais e as tarifas impostas pelos EUA a mais de 180 países, classificando-as como medidas ineficazes e contraproducentes.
O Fórum China-CELAC, iniciado em 2015, consolida-se como uma plataforma estratégica para cooperação multilateral, promovendo o intercâmbio de experiências, a construção de consensos e a valorização da autonomia política dos países latino-americanos. Nesta quarta edição, o fórum se realiza em um contexto particularmente tenso, com os Estados Unidos pressionando abertamente os países da região a reduzir seus vínculos com Pequim.
Lula reafirma uma visão geopolítica em que o Brasil atua como protagonista de uma articulação regional soberana, disposta a reescrever as regras do jogo global — longe da tutela estadunidense e cada vez mais próxima de uma nova ordem que emerge do Oriente.
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