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Líderes árabes rejeitam proposta de Trump para Gaza, mas não fazem nada para defender palestinos

  • Foto do escritor: Clandestino
    Clandestino
  • 13 de mar.
  • 2 min de leitura


O governo egípcio respondeu ao plano do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que propôs a realocação de centenas de milhares de refugiados de Gaza para o Egito e a Jordânia. A proposta gerou forte resistência no Cairo, levando a uma série de medidas diplomáticas para contornar a pressão estadunidense e evitar o deslocamento forçado dos palestinos.


O primeiro passo do Egito foi reunir líderes árabes em uma mini-cúpula em Riad, no dia 21 de fevereiro. O encontro contou com a presença do presidente Abdel Fattah el-Sisi, do rei Abdullah II da Jordânia, do emir do Catar Tamim bin Hamad, do presidente dos Emirados Árabes Unidos Mohammed bin Zayed, do emir do Kuwait Meshal Al-Ahmad e do príncipe herdeiro do Bahrein Salman bin Hamad. A reunião buscou articular uma resposta coordenada à proposta dos EUA e avaliar a capacidade da região de resistir às pressões de Washington.


Dias depois, em 26 de fevereiro, o Egito enviou uma delegação extraoficial de diplomatas a Washington para dialogar com políticos e analistas norte-americanos. O objetivo era entender melhor a posição dos EUA e influenciar possíveis ajustes na estratégia de Trump para Gaza.


A resistência ao plano culminou na convocação de uma cúpula árabe emergencial no Cairo, em 4 de março. No entanto, o evento revelou divisões entre os países árabes. Enquanto o Catar esteve presente com seu emir, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita enviaram apenas seus ministros das Relações Exteriores, demonstrando hesitação em apoiar a estratégia egípcia sem contrapartidas.


Divergências sobre o futuro de Gaza também se intensificaram. Enquanto os Emirados Árabes propuseram um modelo de supervisão internacional com uma administração árabe financiada por um pacote de US$ 15 bilhões, o Egito rejeitou a ideia por temer que levasse à realocação permanente de palestinos. Já a Jordânia se mostrou inflexível, recusando-se a absorver novos refugiados.


Nos bastidores, Washington pressionou Arábia Saudita e Jordânia a aceitarem o plano de Trump, oferecendo incentivos financeiros, incluindo investimentos no megaprojeto NEOM. Ao mesmo tempo, autoridades dos EUA mantiveram comunicação direta com o governo israelense, que segue interessado em normalizar relações com Riad.


A Autoridade Palestina, por sua vez, defendeu a retomada do controle total sobre Gaza, incluindo a administração das passagens fronteiriças. Entretanto, sua proposta foi rejeitada por Egito e Emirados Árabes, que duvidam da capacidade da AP de governar o território após 17 anos de ausência.


Em meio às disputas diplomáticas, o Egito continua buscando apoio financeiro para seu plano, mas enfrenta resistência de aliados regionais. Enquanto isso, Washington mantém sua postura intransigente, insistindo na reconstrução de Gaza sem qualquer envolvimento do Hamas.

 
 
 

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