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"Meu ciclo já se encerrou. Estou morrendo. E o guerreiro tem direito ao seu descanso." Pepe

  • Foto do escritor: Clandestino
    Clandestino
  • 12 de mai.
  • 2 min de leitura

O ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, de 89 anos, está em estágio terminal de um câncer de esôfago e atualmente recebe cuidados paliativos, informou nesta segunda-feira (13/05) sua esposa, a ex-vice-presidente Lucía Topolansky, em entrevista a uma rádio local. Segundo ela, os esforços médicos estão agora voltados para garantir que Mujica tenha qualidade de vida em seus últimos dias.


Mujica anunciou publicamente em janeiro deste ano que a doença havia se espalhado por seu corpo e que, por orientação médica, havia decidido interromper o tratamento. "Não posso me submeter a nenhum tratamento químico nem a cirurgias, meu corpo não aguentaria", disse, na ocasião, ao jornal uruguaio Búsqueda. "O que peço é que me deixem em paz. Meu ciclo já se encerrou. Estou morrendo. E o guerreiro tem direito ao seu descanso."




Em razão do agravamento de seu estado de saúde, o ex-presidente não participou das eleições regionais realizadas no último domingo (12), quando a coalizão de esquerda manteve o controle da capital, Montevidéu.


Topolansky, que esteve ao lado de Mujica por mais de quatro décadas, reforçou seu compromisso com o marido: "Prometi que estaria com ele até o fim."


O atual presidente uruguaio, Yamandú Orsi — considerado herdeiro político de Mujica —, pediu respeito e privacidade ao ex-líder e sua família. "Devemos garantir que a dignidade seja mantida em todas as fases da vida. Não devemos sobrecarregá-lo. É hora de deixá-lo em paz", declarou.




Trajetória marcante


Figura icônica da esquerda latino-americana, Mujica governou o Uruguai entre 2010 e 2015. Ficou conhecido internacionalmente por seu estilo de vida austero, recusando luxos e doando grande parte do salário presidencial. Foi chamado por muitos de “o presidente mais pobre do mundo” — rótulo que ele próprio rejeitava.


Durante seu mandato, o país aprovou uma série de reformas progressistas, incluindo a legalização do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo e do uso recreativo da maconha — o que fez do Uruguai o primeiro país no mundo a adotar tal medida, em 2013.


Antes da carreira política, Mujica integrou o grupo guerrilheiro Tupamaros, ativo nas décadas de 1960 e 1970. Preso durante a ditadura militar, passou 12 anos na cadeia, muitos deles em regime de isolamento.


Hoje, com a saúde debilitada, Mujica é lembrado por muitos como um símbolo da resistência e da coerência política em um continente marcado por instabilidades.

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