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MSF retoma atividades em Cartum para combater surto de cólera e ampliar assistência médica

  • Foto do escritor: Clandestino
    Clandestino
  • 9 de mai.
  • 2 min de leitura

Dois anos após seu primeiro trabalho no Hospital Universitário de Bashair, a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) retorna à unidade hospitalar em Cartum, capital sudanesa, para enfrentar um novo desafio: conter um surto de cólera que atinge a região.


A parceria com o Ministério da Saúde do Sudão foi restabelecida para estruturar uma unidade de tratamento da doença com 20 leitos, já pronta para receber pacientes. Segundo Slaymen Ammar, coordenador médico de MSF no país, mais de 60 profissionais de saúde passaram por treinamentos específicos e os insumos médicos necessários foram entregues.


O hospital de Bashair havia interrompido seu funcionamento em abril de 2023 com o início da guerra. Pouco depois, médicos e voluntários locais conseguiram reabrir a unidade, e em maio daquele ano a MSF integrou-se à equipe para oferecer serviços de emergência e cirurgias. Nas primeiras cinco semanas de atuação, o hospital atendeu mais de mil pacientes, 90% deles com ferimentos causados por conflitos.


Ao longo de 20 meses, a MSF prestou serviços de saúde essenciais no hospital, mesmo diante de obstáculos como bombardeios, restrições logísticas e violência armada. Em agosto de 2023, mais de 200 pessoas feridas em ataques foram atendidas em apenas dois dias. Com a reabertura da maternidade no mês seguinte, 40 partos foram realizados em apenas duas semanas.


No entanto, a instabilidade persistente levou a organização a suspender atividades diversas vezes. Entre 2023 e janeiro de 2025, proibições ao transporte de materiais cirúrgicos e episódios de violência, incluindo a invasão de homens armados e o assassinato de um paciente, inviabilizaram o trabalho da equipe.


Com a situação relativamente mais estável em Cartum, MSF vê urgência na retomada e ampliação dos serviços de saúde. “A guerra destruiu o sistema de saúde e o acesso aos cuidados médicos continua severamente comprometido”, afirma Slaymen Ammar. A organização também atua em Omdurman, a segunda maior cidade do país, nos hospitais Al Buluk e Al Nao, oferecendo tratamento contra cólera e apoio em saneamento.


Para Claire San Filippo, coordenadora de emergências da MSF no Sudão, o desafio vai além da cólera. “As necessidades continuam imensas. É fundamental ampliar a assistência humanitária e garantir que os cuidados médicos estejam disponíveis e protegidos, tanto em Cartum quanto em outras regiões do país.”

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