top of page

www.jornalclandestino.org

@clandestino_jornal

MST realiza ato em memória das vítimas de ataque em assentamento Olga Benário

  • Foto do escritor: Clandestino
    Clandestino
  • 17 de jan.
  • 2 min de leitura

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promove, neste sábado (18), uma mobilização intitulada “Por Reforma Agrária, Vida e Justiça!” no assentamento Olga Benário, localizado em Tremembé, São Paulo. A iniciativa busca homenagear as vítimas de um ataque violento ocorrido no local e reforçar a defesa da Reforma Agrária Popular, além de exigir justiça para as famílias afetadas.


O ataque, registrado na noite de 10 de janeiro, envolveu cerca de 20 homens armados que invadiram o assentamento utilizando carros e motos. Durante a ação, dois trabalhadores Sem Terra, Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, e Valdir do Nascimento, de 52 anos, foram assassinados, e outras seis pessoas ficaram feridas.


Assentamento com destaque na produção agroecológica

Fundado em 2006, o assentamento Olga Benário abriga cerca de 50 famílias que praticam agricultura familiar, produzindo mandioca, hortaliças, cana-de-açúcar e alimentos voltados para consumo local. O destaque vai para os Sistemas Agroflorestais (SAFs), que aliam práticas sustentáveis como coleta de sementes florestais e adubação verde.


Em dezembro, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) regulamentou a maioria dos lotes do assentamento. Contudo, o suposto mandante do ataque, que não pertence à comunidade, não participou do processo de regularização. Dias antes do atentado, ele retirou uma bomba d'água de uso coletivo, comprometendo o abastecimento das famílias.


Histórico de violência no campo

O ataque ao assentamento Olga Benário é um exemplo de uma escalada de violência no campo, agravada pela pressão da especulação imobiliária na região do Vale do Paraíba. Embora este seja o primeiro atentado registrado no local, outros assentamentos próximos, como o Luís Carlos Prestes, em Taubaté, também enfrentaram episódios de violência, incluindo incêndios e ameaças armadas.


Segundo Renata Menezes, do Coletivo de Juventude do MST, a lentidão na responsabilização dos envolvidos é preocupante. “Das 20 pessoas identificadas no ataque, apenas uma está presa preventivamente, e outra encontra-se foragida. Precisamos de celeridade nas investigações e proteção para as famílias”, afirma.


Clamor por Reforma Agrária e justiça

O MST reforça que o ato deste sábado transcende a busca por justiça no caso do ataque em Tremembé. A luta pela Reforma Agrária é apontada como essencial para enfrentar a violência no campo e garantir condições dignas para os trabalhadores rurais.


“A falta de políticas públicas voltadas para os assentamentos agrava os conflitos no campo. Sem orçamento, apoio técnico e medidas concretas para a Reforma Agrária, casos como esse se tornam cada vez mais frequentes”, alerta Renata Menezes.


Além do MST, aliados políticos e organizações de direitos humanos têm se mobilizado para cobrar ações mais firmes do poder público, especialmente no combate à atuação de milícias e grupos criminosos que aterrorizam trabalhadores rurais em todo o país.


“O ato é pela vida, pela justiça e pela Reforma Agrária. Sem ela, não teremos paz no campo, e a luta dos trabalhadores continuará sendo criminalizada, resultando em mais tragédias como esta”, conclui Renata.

Comentários


LEIA ON-LINE GRATUITAMENTE OU ADQUIRA UMA DAS VERSÕES DA EDITORA CLANDESTINO.

Todos os arquivos estão disponíveis gratuitamente, porém, ao adquirir um de nossos arquivos, você contribui para a expansão de nosso trabalho clandestino.

ÚLTIMAS POSTAGENS

bottom of page