O retrocesso nas conquistas das vacinas e o retorno das doenças erradicadas
- Clandestino
- 27 de abr.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, nesta quinta-feira (24/04), sobre os impactos devastadores dos cortes no financiamento global de saúde, que estão permitindo o ressurgimento de doenças que já haviam sido quase erradicadas por campanhas de vacinação bem-sucedidas. A OMS, em conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), destaca o aumento alarmante de surtos, como o sarampo e a febre amarela, que estavam sob controle graças aos programas de imunização.

No chamado "cinturão da meningite" da África, que abrange regiões da África Subsaariana, as campanhas de vacinação eliminaram com sucesso a meningite A, enquanto a vacinação contra a febre amarela e outros surtos virais reduziu significativamente as taxas de infecção e mortes. No entanto, esses progressos estão agora ameaçados. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, enfatizou que os cortes no financiamento da saúde global colocam em risco os avanços conquistados com tanto esforço.
Em 2023, os casos de sarampo saltaram para mais de 10,3 milhões, representando um aumento de 20% em relação ao ano anterior. A OMS e seus parceiros alertaram que, sem ação urgente, esse número pode continuar a crescer em 2025. A febre amarela, que parecia estar em declínio na África, também voltou a apresentar surtos em várias regiões, com casos confirmados até nas Américas.
Além do impacto dos cortes de financiamento, os esforços de vacinação estão sendo prejudicados pela desinformação, crises humanitárias e o crescimento populacional em algumas regiões. Uma revisão realizada pela OMS em 108 países revelou que quase metade deles enfrenta sérias interrupções nas campanhas de imunização devido à queda no apoio financeiro dos doadores.
A crise global de financiamento está dificultando a vacinação de mais de 15 milhões de crianças vulneráveis, particularmente em países afetados por conflitos e com infraestrutura de saúde fragilizada. Catherine Russell, diretora executiva do UNICEF, destacou a gravidade dessa situação, lembrando que as vacinas salvam milhões de vidas a cada ano, especialmente na África, onde quase metade dos benefícios são observados.
Especialistas em saúde pública reforçam que, apesar das dificuldades financeiras, os programas de vacinação continuam a ser uma das intervenções mais econômicas na saúde global. A cada US$ 1 investido em vacinas, estima-se que se obtenha um retorno de US$ 54, refletindo a melhoria na saúde e na produtividade econômica das populações.
A OMS, o UNICEF e outras organizações internacionais estão convocando os governos, líderes políticos e cidadãos a reforçarem o apoio a esses programas essenciais e a garantirem investimentos sustentáveis em vacinas e na infraestrutura de saúde pública, para evitar um retrocesso devastador no controle de doenças.
O que é mais lamentável e claro é que todo o ecossistema terrestre está tão interligado, que nunca foi possível erradicar de vez, com muitos dos vírus e doenças, acredito, devido a própria exploração que o homem capitalista tem realizado sobre os países mais vulneráveis, inclusive o fato de hoje serem vulneráveis pode ser, hipoteticamente, resultado da própria miséria causada pelos processos coloniais dos povos europeus a outras civilizações.
Acredito também que parte do estudo refere-se, principalmente, ao ocidente e uma parte mínima do oriente que, também, é vítima da política colonial dos países daquele hemisfério.
Pensemos, quando se trata de calamidades geradas por doenças, há sempre o envolvimento do continente mais explorado pelo homem branco, a África. A mesma…