O "Portage" (carregamento de crianças): Uma Herança Cultural e Geracional na África
- Mohammed Hadjab
- 3 de jan.
- 1 min de leitura
O termo francês portage frequentemente traz à mente a imagem de uma mulher africana carregando seu filho nas costas, preso por uma tanga de batik — um simples tecido de algodão, mas impregnado de significado cultural. Essa prática tradicional e ancestral permanece viva e essencial para milhares de mulheres e crianças no continente africano.
Logo após o nascimento, o bebê permanece próximo à mãe por algumas semanas, em um ambiente de calma e proteção. Depois disso, é colocado em suas costas, onde encontra segurança, contato físico constante e acesso fácil ao seio materno. Além de promover um vínculo afetivo forte, o portage permite que a mãe retome suas atividades diárias, equilibrando o cuidado com o filho e suas responsabilidades.
Quando a mãe não pode carregar a criança, outra mulher do grupo familiar ou comunitário assume essa função: pode ser uma irmã, amiga, filha (como na foto mencionada), avó ou prima. Essa prática não apenas fortalece laços entre membros da comunidade, mas também promove uma socialização precoce e rica para a criança, que aprende, desde cedo, a conviver em um ambiente coletivo e solidário.
Essa tradição é muito mais do que uma simples técnica de transporte: é um reflexo de valores comunitários profundos, onde o cuidado com a criança é compartilhado e a vida cotidiana é integrada à criação de novas gerações.

Criança peulh carregando o irmão no vilarejo sedentário de peulh, em Tchamba, Togo.
Foto de minha autoria – Tchamba, Togo, 08/04/2022.
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