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Tráfico infantil aumenta com ajuda da inteligência artificial

  • Foto do escritor: Clandestino
    Clandestino
  • 13 de mar.
  • 2 min de leitura

A Representante Especial da ONU sobre Violência contra Crianças, Najat Maalla M'jid, alertou que traficantes estão explorando avanços tecnológicos para expandir suas redes criminosas, especialmente em cenários de crise. Segundo a especialista, crianças – principalmente meninas – são cada vez mais vulneráveis, à medida que pobreza, fome, conflitos e deslocamentos forçados ampliam sua exposição à exploração.


M'jid denunciou a impunidade generalizada dos criminosos, ressaltando que a corrupção, o estigma e o medo impedem muitas vítimas de denunciar abusos. “O tráfico de crianças continua sendo um crime de baixo custo e risco, mas de alto retorno financeiro, gerando bilhões de dólares anualmente”, declarou ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.


Ela ainda destacou que redes criminosas estão cada vez mais organizadas e agora utilizam inteligência artificial para reduzir custos operacionais e evitar detecção. A crescente demanda por exploração infantil alimenta diversas formas de abuso, como escravidão doméstica, casamento forçado, recrutamento para grupos armados e exploração sexual.


A representante especial da ONU para crianças em zonas de conflito, Virginia Gamba, reforçou o apelo para que os Estados criem políticas eficazes de proteção infantil. Segundo ela, mais de uma em cada seis crianças no mundo vive em áreas afetadas por conflitos armados.



© UNICEF I Jim Holmes Uma mãe cuja filha foi traficada aos dezesseis anos cobre o rosto para proteger sua identidade
© UNICEF I Jim Holmes Uma mãe cuja filha foi traficada aos dezesseis anos cobre o rosto para proteger sua identidade


Enquanto criminosos aprimoram seus métodos, outro alerta foi lançado no Conselho de Direitos Humanos: o risco do uso indevido da neurotecnologia. A relatora especial da ONU sobre o Direito à Privacidade, Ana Nougrères, destacou que, embora essas tecnologias possam trazer avanços médicos significativos, também representam uma ameaça sem precedentes à privacidade e à autonomia humana.


Ela ressaltou a necessidade de uma regulamentação urgente para impedir que neurodados – informações extraídas diretamente do sistema nervoso – sejam usados de forma maliciosa. Sem mecanismos de proteção, governos, corporações e grupos mal-intencionados podem acessar e manipular pensamentos e emoções.


Um dos maiores temores é o chamado “brainjacking”, onde vírus ou dispositivos conectados à internet podem permitir que hackers ou entidades governamentais interfiram na atividade cerebral de indivíduos. A especialista enfatizou que essas tecnologias podem, no futuro, não apenas revelar pensamentos, mas também alterá-los artificialmente.


Diante desse cenário, o relatório da ONU reforça a necessidade de salvaguardas legais e éticas para evitar que a neurotecnologia seja usada como ferramenta de vigilância, coerção e controle, colocando em risco direitos fundamentais como dignidade, autonomia e privacidade.

 
 
 

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