HTS promove carnificina contra alauítas na Síria
- Clandestino
- 8 de mar.
- 2 min de leitura
Nos últimos dois dias, pelo menos 147 pessoas foram brutalmente executadas na Síria em uma onda de violência promovida pelas forças de segurança do governo liderado pelo Hayat Tahrir al-Sham (HTS). O grupo extremista, que consolidou sua posição no poder, lançou uma campanha de extermínio contra os remanescentes do antigo Exército Árabe Sírio (SAA), com massacres sistemáticos nas regiões costeiras do país.

Vídeos perturbadores circulam nas redes sociais, exibindo cenas de execuções extrajudiciais conduzidas por militantes do HTS, sob o comando de Ahmad al-Sharaa, ex-líder da Al-Qaeda no Iraque. Os registros mostram alauítas desarmados sendo mortos a sangue frio, em um espetáculo de terror amplamente ignorado pela comunidade internacional.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), das vítimas confirmadas, 69 eram membros da minoria alauíta, executados pelas forças de segurança do HTS. As demais vítimas incluem tanto soldados do extinto exército sírio quanto civis apanhados no fogo cruzado.
Na aldeia de al-Muktariyya, 15 alauítas foram assassinados sumariamente no dia 7 de março. “Não está claro qual critério foi utilizado para decidir suas mortes, se é que houve algum”, afirmou o especialista em Síria, Joshua Landis, em sua conta no X (antigo Twitter). “Esses assassinatos aleatórios estão se tornando regra nas aldeias alauítas. O medo domina a população.”
Outro episódio de carnificina ocorreu na vila de Al-Haffeh, onde militantes do HTS massacraram 20 pessoas e empilharam seus corpos em um edifício inacabado. As evidências sugerem que as vítimas foram enfileiradas e mortas de forma sistemática.
Fontes locais relatam que combatentes ligados ao governo do HTS também estão invadindo casas de civis em áreas de maioria alauíta, executando moradores em suas próprias residências. Em Waroud, no norte de Damasco, as forças de segurança desarmaram previamente os habitantes antes de selar as estradas de acesso à cidade. Durante a madrugada, militantes do HTS cercaram a área e, ao amanhecer, iniciaram uma chacina porta a porta, disseram testemunhas ao portal The Cradle.
Os confrontos entre as forças do governo do HTS e os remanescentes do antigo exército sírio se intensificaram após emboscadas contra membros do Comando de Operações Militares da Síria. Em resposta, o governo do HTS mobilizou reforços e lançou uma ofensiva em Qardaha, cidade natal do ex-presidente Bashar al-Assad. Blindados e tanques foram enviados para recuperar territórios estratégicos, enquanto a luta persiste em áreas montanhosas ao longo da costa.
A cidade costeira de Baniyas, capturada pelo HTS após a retirada do antigo exército, está sob ocupação total das forças do governo extremista. As forças de segurança varrem os arredores da cidade com artilharia pesada e metralhadoras, tentando consolidar o domínio territorial.
Enquanto isso, a resposta internacional permanece apática. Os mesmos governos ocidentais que vociferam contra atrocidades seletivas mantêm um silêncio ensurdecedor diante deste genocídio em curso. Até quando o mundo seguirá ignorando os massacres perpetrados pelo governo do HTS?
Comments