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Índia e Paquistão trocam mísseis horas após início do cessar-fogo

  • Foto do escritor: Clandestino
    Clandestino
  • 11 de mai.
  • 2 min de leitura

Após intensas negociações conduzidas pelos Estados Unidos, Índia e Paquistão anunciaram neste sábado um cessar-fogo que prometia colocar fim ao mais grave confronto entre os dois rivais nucleares em décadas. A trégua, celebrada com alarde por líderes internacionais, durou apenas algumas horas. Antes que o sol se pusesse, ambos os lados já se acusavam mutuamente de romper o pacto.



Faisal Mahmood I REUTERS. Manifestantes; Islamabad, Paquistão. 2012 - arquivo.
Faisal Mahmood I REUTERS. Manifestantes; Islamabad, Paquistão. 2012 - arquivo.


O ministro das Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, declarou em Nova Deli que o Paquistão havia violado "repetidamente" o acordo de cessar-fogo, com incursões ao longo da fronteira. Em tom acusatório, exigiu que o governo paquistanês “adote medidas concretas para conter as transgressões e lide com a situação com seriedade”. Segundo ele, as forças armadas indianas estavam respondendo às "provocações" com retaliações proporcionais.


Do outro lado da fronteira, o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão devolveu a acusação. Em comunicado oficial, acusou o exército indiano de iniciar os ataques, enquanto reafirmava o compromisso de Islamabad com a trégua. “Estamos agindo com contenção e responsabilidade”, informou o governo paquistanês, embora relatos locais já dessem conta de dezenas de vítimas.


Ishaq Dar, chefe da diplomacia paquistanesa, afirmou que a desescalada só seria possível se Nova Deli cessasse os bombardeios. Ele também destacou o papel crucial de países como Arábia Saudita e Turquia na intermediação do cessar-fogo, que entrou oficialmente em vigor às 16h30 (horário local), momento em que o espaço aéreo paquistanês foi reaberto para todos os voos.


Apesar do colapso quase imediato do acordo, o presidente dos EUA, Donald Trump, celebrou o anúncio da trégua em sua rede social, parabenizando ambos os países por, segundo ele, “usarem o bom senso e a grande inteligência”.


Na prática, porém, o cenário se deteriorou rapidamente. Autoridades paquistanesas relataram a morte de pelo menos 11 civis e 56 feridos após uma série de bombardeios indianos em regiões próximas à Linha de Controle, na contestada Caxemira. O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, confirmou que o país reagiu aos ataques com uma série de lançamentos de mísseis contra alvos estratégicos indianos.


Enquanto isso, a Índia negou ter alvejado civis, insistindo que suas operações miravam unicamente infraestruturas militares e ameaças em potencial.


A tensão já estava elevada desde o massacre ocorrido em 22 de abril, quando atiradores não identificados assassinaram ao menos 26 turistas na estância de Pahalgam, em território indiano. O ataque, que deixou também 17 feridos, foi reivindicado por um grupo chamado Kashmir Resistance, que Nova Deli acusa de ter apoio paquistanês — alegação negada por Islamabad.


O recrudescimento do conflito reacende um velho fantasma que assombra a região desde a partição sangrenta do subcontinente em 1947. Caxemira, ainda hoje, permanece como epicentro de disputas geopolíticas, cercada por nacionalismos inflamados e ameaças nucleares. E, mais uma vez, o mundo assiste ao fracasso de uma paz anunciada.

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