“Não vou me desculpar por ter pedido misericórdia aos outros.” Bispa de Washington recusa pedido de desculpas exigido por Trump
- Clandestino
- 23 de jan.
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A bispa de Washington, Mariann Budde, que pediu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recém-empossado, para demonstrar "misericórdia" em relação às comunidades LGBTQIA+ e aos imigrantes, recusou-se a ceder às pressões do republicano por um pedido de desculpas.

“Não vou me desculpar por ter pedido misericórdia aos outros”, afirmou Budde em entrevista à revista Time.
A religiosa também negou as acusações de Trump, que a classificou como parte da “esquerda radical” após a missa que ela liderou na Catedral Nacional de Washington. “Não odeio o presidente Trump, me esforço para não odiar ninguém e ouso dizer que não pertenço a nenhuma ‘esquerda radical’, seja lá o que isso signifique. Não sou isso”, declarou.
Durante o sermão realizado na terça-feira (21), Budde destacou a situação de vulnerabilidade de várias comunidades. “Há crianças, gays, lésbicas e transgêneros em famílias democratas, republicanas e independentes, algumas que temem por suas vidas”, disse.
Ela também defendeu os imigrantes, afirmando que muitos desempenham funções essenciais nos Estados Unidos. “As pessoas que colhem em nossas plantações, limpam nossos escritórios, trabalham em fazendas, frigoríficos, restaurantes e hospitais podem não ser cidadãs ou ter documentação adequada, mas a grande maioria não é criminosa”, pontuou a bispa.
Em resposta, Donald Trump criticou duramente Budde, afirmando que ela usou sua igreja para “politizar de forma desrespeitosa”. “Ela falhou em mencionar o grande número de migrantes ilegais que entraram no país e cometeram crimes. Muitos foram soltos de prisões e instituições psiquiátricas. Estamos enfrentando uma onda de criminalidade gigantesca nos EUA”, disse o presidente.
Trump descreveu a missa como "extremamente entediante e sem inspiração", exigindo que Budde pedisse desculpas pelos comentários feitos. “Ela não é boa no que faz! Ela e sua igreja devem desculpas ao público”, concluiu o republicano.
A troca de declarações entre a bispa e o presidente destacou as tensões sobre temas sensíveis, como direitos LGBTQIA+ e imigração, que permanecem no centro dos debates políticos americanos.
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