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Os relatos dos prisioneiros palestinos brutalmente torturados nas prisões de Israel

  • Foto do escritor: Clandestino
    Clandestino
  • 16 de jan.
  • 4 min de leitura

Relatório Denuncia Abusos Sistêmicos e Condições Desumanas de Detidos Palestinos nas Prisões de Israel

Em um relatório alarmante, a Comissão de Assuntos de Prisioneiros e Ex-Prisioneiros da Autoridade Palestina, em parceria com a Sociedade de Prisioneiros Palestinos, divulgou novos testemunhos de prisioneiros de Gaza recentemente visitados nas prisões israelenses de Naqab e Nafha. O documento revela uma série de abusos brutais, incluindo tortura, maus-tratos, negligência médica e espancamentos severos, com muitos detidos ainda sofrendo de traumas físicos e psicológicos profundos.

Os depoimentos, coletados de 23 detidos durante uma visita de dois dias, detalham uma experiência de abuso contínuo desde o momento da prisão, especialmente no período inicial e durante os interrogatórios. Mais de 464 dias após o início do genocídio israelense em Gaza, muitos desses prisioneiros continuam a enfrentar condições desumanas, com fome, tortura, doenças e repressão implacáveis. Os relatos também destacam a propagação de sarna entre os detidos, uma condição altamente contagiosa que agrava ainda mais a situação.

O ministro israelense Itamar Ben-Gvir havia recentemente revelado, por meio de um vídeo, que novos centros de detenção foram estabelecidos após a guerra, como Ofer, Nafha, Anatot e Sde Teiman, locais onde os detidos de Gaza estão sendo espalhados. Esses campos são conhecidos apenas por especialistas e permanecem em grande parte fora do conhecimento público.

Muitos prisioneiros estão lidando com condições de saúde debilitantes, incluindo câncer e perda de membros da família durante o ataque israelense a Gaza, além de enfrentarem a falta de tratamento médico adequado. Alguns relatos indicam que detidos perderam familiares próximos, agravando ainda mais o sofrimento psicológico durante o confinamento.

Essas revelações fazem parte de um crescente corpo de evidências sobre as violações sistemáticas cometidas pelas forças israelenses contra os palestinos, em particular contra aqueles detidos durante o conflito em Gaza, com a comunidade internacional sendo convocada a tomar conhecimento da magnitude desses abusos.

O relatório e os relatos abaixo foram divulgados pela agência WAFA.


Foto ilustrativa
Foto ilustrativa

Eles me queimaram com água quente

Um detido, K.N., de 45 anos, preso em dezembro de 2023, contou sua experiência horrível: "Fui severamente espancado para forçar confissões, o que me deixou com fraturas. Após 58 dias em um campo no perímetro de Gaza, fui transferido para a prisão de Naqab, onde me queimaram com água quente. As marcas de queimadura ainda são visíveis no meu corpo. Vivemos em tendas, que estão rasgadas, e sofremos com o frio extremo e a fome."

Vou para a cama com fome e acordo com fome

A.H., de 21 anos, compartilhou seu sofrimento: "Fui detido em fevereiro de 2024, durante o processo de evacuação, e levado para vários campos antes de chegar a Naqab. Desenvolvi furúnculos, feridas e buracos por todo o meu corpo devido à sarna. Vou para a cama com fome e acordo com fome. Também sofro de pressão ocular alta e meu olho esquerdo está em sério perigo."

Fomos espancados por um dia inteiro

M.H., de 21 anos, descreveu seus primeiros dias brutais de detenção: "Os primeiros dias da minha prisão foram horríveis. Fui submetido a tortura brutal, incluindo um dia inteiro de espancamento, seguido de ser encharcado com esgoto e urinado pelos soldados. Em seguida, fomos transferidos para outro campo por 27 dias, onde ficamos ajoelhados, com os olhos vendados, as mãos e os pés algemados. Vivemos em constante sofrimento e tormento."

Vivemos no inferno

Outro detido, K.J., lembrou: "No começo, vivíamos no inferno. Não sabíamos nosso destino nem nosso status legal. Suportamos todas as formas de abuso e agora enfrentamos a fome. As porções de comida são mínimas e imcomíveis. Muitos de nós coletamos migalhas para fazer uma refeição e, desde nossa prisão, fomos privados de açúcar e sal. Nossas condições de vida são insuportáveis."

Os prisioneiros estão com fome e tremendo de frio

M.A., de 25 anos, contou sua experiência: "Fui detido em uma escola e submetido a abuso físico, nudez e interrogatório de campo. Mais tarde, fui transferido para vários campos antes de chegar a Naqab. Hoje, a maioria dos prisioneiros sofre de fadiga extrema e perda de peso. Muitos desmaiam devido às condições severas. A fome, as doenças e o frio são insuportáveis."

Meu olho artificial caiu devido ao espancamento severo

O detido M.D. compartilhou sua dolorosa história: "Fui detido enquanto estava com minha família e levado para a fronteira de Gaza antes de ser transferido para Naqab. A surra severa fez com que meu olho artificial caísse, deixando-me com uma órbita vazia. Os soldados também confiscaram meus óculos."

Os testemunhos também destacaram as terríveis necessidades de saúde de muitos detidos. Um dos prisioneiros tinha câncer e havia sido submetido a várias cirurgias antes da prisão, mas agora sua condição piorou devido à falta de cuidados médicos adequados. Muitos outros prisioneiros também sofrem de sérios problemas de saúde e estão sendo negados tratamento médico.

O relatório também revelou que alguns detidos perderam membros da família na agressão israelense em curso em Gaza. Um detido havia perdido sua esposa e vários parentes e, mais tarde, seu pai faleceu, deixando-o para lidar com uma dor inimaginável durante a detenção.

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