Síria Condena Ataques Israelenses e Alerta para Tentativa de Desestabilização
- Clandestino
- 3 de abr.
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O governo da Síria condenou, nesta quinta-feira (03), os sucessivos ataques aéreos realizados por Israel contra diversas regiões do país, incluindo a destruição quase total do aeroporto militar de Hama. Segundo o Ministério das Relações Exteriores sírio, os bombardeios representam uma "violação flagrante do direito internacional e da soberania nacional".
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), com sede no Reino Unido, os ataques ao aeroporto de Hama deixaram ao menos quatro soldados mortos e outros 12 feridos. Além disso, pelo menos 11 civis perderam a vida na cidade de Jubailiya, na província de Daraa, conforme informações da Syria TV.
Escalada da Violência e Reação Síria
Em comunicado divulgado nas redes sociais, o governo sírio denunciou que as agressões israelenses fazem parte de uma tentativa deliberada de aprofundar a instabilidade no país, que há 14 anos enfrenta conflitos internos e ameaças externas. "Os repetidos ataques visam normalizar a violência dentro da Síria, minando os esforços de recuperação e incentivando a impunidade", destacou o ministério.
Diante da ofensiva, a Síria pediu uma resposta da comunidade internacional e das Nações Unidas para conter as ações israelenses e garantir o respeito ao Acordo de Desengajamento de 1974, que estabelece limites para a presença militar na região.

Ataques em Daraa e Expansão da Agressão
Os bombardeios em Daraa foram acompanhados por uma incursão terrestre israelense, o que marcou uma movimentação inédita das forças de ocupação na área, segundo um comunicado do governo provincial de Daraa. O exército israelense confirmou a operação, alegando que visava destruir "infraestrutura terrorista" e confiscar equipamentos militares.
Além de Hama e Daraa, alvos na capital Damasco e na província de Homs também foram atingidos pelos caças israelenses, ampliando a ofensiva contra o território sírio.
Impacto Geopolítico e Denúncias
A recente escalada ocorre em meio a mudanças políticas no país, após a queda do governo de Bashar al-Assad em 8 de dezembro. Desde então, Israel tem intensificado ataques aéreos contra instalações militares sírias, argumentando que busca neutralizar supostas ameaças à sua segurança.
Analistas alertam que Tel Aviv está aproveitando o atual cenário para expandir sua influência no sul da Síria, especialmente após a ascensão do grupo Hayat Tahrir Al-Sham (HTS). A decisão israelense de encerrar o acordo de cessar-fogo de 1974 e avançar territorialmente na região gerou críticas internacionais e levantou preocupações sobre o futuro da estabilidade no Oriente Médio.
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