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Carta para Jesus - por Mansour Salum Husein

Se aproxima o dia do Messias

Rezo por teu retorno todos os dias

Jesus, és o Rei deste mundo

Mas tua capital, sob terror profundo

Não poderias por lá andar

Pois Herodes não há de deixar


Tu sabes, melhor que ninguém

Sabes que tiveste que fugir de Belém

Foste refugiado na tua própria terra

Pois aos primogênitos israel declarou guerra

Seguiste o caminho para Gaza

Ao Egito, mas lá não havia tendas em brasa


Jerusalém, coração do mundo,

tuas igrejas todas profanadas

Belém, onde nasceste do ventre fecundo

Tua casa por muros cercada

E os seguidores da tua igreja, fariseus

Abençoam os opressores do povo Teu


Será que esqueceram eles do teu suplício?

Nasceste de solitária, imaculada mulher

Em berço pobre, recebeste divino ofício

fazer à fé do povo renascer

Quando criança tua mãe apontou-te a mão

E ao povo contaste a Verdade, tua missão


Esqueceram quando fugiram pelo deserto

Abandonaste teu lar, sob um manto coberto

Quando voltaste não te reconheceram

Ainda a vil preço aos opressores te venderam

Onde estão os fiéis na tua cruz?

A adorar os que tentaram apagar a Tua Luz


Jesus, filho de Maria, rei dos fiéis

Onde estás, senão nos olhos da criança

Em prantos, sob escombros cruéis

Sufocada na hipocrisia de quem jurou Aliança

Como podem não te enxergar

Em cada refugiado que perde seu lar?


E quando já não mais andavas entre hebreus

Pois estes esqueceram a Aliança com Deus

Perseguiram-te, queriam te assassinar

Pela Verdade, a quem quisesse te escutar

A Aliança é dos fiéis aos teus Versículos

E não mais do povo fechado em seus círculos


Como podem não enxergar os oprimidos

Teus apóstolos, pássaros feridos

Que resgataste e como a brisa a soprar

Deste nova vida, propósito a buscar

Os mártires do teu povo se tornaram

Pois tua palavra ao mundo declamaram


Sobre tua terra sagrada o sangue seca

E brota sobre as oliveiras abençoadas

Tu libertaste aquelas planícies

Mas o Povo escolhe as hostes armadas

E aplaudem dos opressores a imundície

Esqueceram que a Deus nada cega?


Condenam teus conterrâneos por sua revolta

Esquecem eles do teu chicote nas costas

Dos ladrões do templo, com suas mesas postas

Vendiam sua fé à vis propostas?

Que negociavam com o império

Um baixo preço por tua cova?


Perdoaste Pedro por com a força te defender

Hás de perdoar o palestino por se erguer

Sob opressão, nenhum seguidor teu há de Viver

Tentaram te matar o corpo sem saber

Que tua alma eterna, Deus ao céus fez ascender

E todo mártir palestino que teu exemplo ter

Não morrerá até tua terra livre ser


Venha a nós teu Reino nobre

Tua justiça sobre esse Mundo pobre

A Misericórdia de Deus virá sobre tua cabeça

O Mahdi será teu servo mais moral

Retorne logo, para que pereça

O jugo fariseu sobre tua terra Natal


Mansour Salum Husein

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