Carta para Jesus - por Mansour Salum Husein
- Clandestino
- 24 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Se aproxima o dia do Messias
Rezo por teu retorno todos os dias
Jesus, és o Rei deste mundo
Mas tua capital, sob terror profundo
Não poderias por lá andar
Pois Herodes não há de deixar
Tu sabes, melhor que ninguém
Sabes que tiveste que fugir de Belém
Foste refugiado na tua própria terra
Pois aos primogênitos israel declarou guerra
Seguiste o caminho para Gaza
Ao Egito, mas lá não havia tendas em brasa
Jerusalém, coração do mundo,
tuas igrejas todas profanadas
Belém, onde nasceste do ventre fecundo
Tua casa por muros cercada
E os seguidores da tua igreja, fariseus
Abençoam os opressores do povo Teu
Será que esqueceram eles do teu suplício?
Nasceste de solitária, imaculada mulher
Em berço pobre, recebeste divino ofício
fazer à fé do povo renascer
Quando criança tua mãe apontou-te a mão
E ao povo contaste a Verdade, tua missão
Esqueceram quando fugiram pelo deserto
Abandonaste teu lar, sob um manto coberto
Quando voltaste não te reconheceram
Ainda a vil preço aos opressores te venderam
Onde estão os fiéis na tua cruz?
A adorar os que tentaram apagar a Tua Luz
Jesus, filho de Maria, rei dos fiéis
Onde estás, senão nos olhos da criança
Em prantos, sob escombros cruéis
Sufocada na hipocrisia de quem jurou Aliança
Como podem não te enxergar
Em cada refugiado que perde seu lar?
E quando já não mais andavas entre hebreus
Pois estes esqueceram a Aliança com Deus
Perseguiram-te, queriam te assassinar
Pela Verdade, a quem quisesse te escutar
A Aliança é dos fiéis aos teus Versículos
E não mais do povo fechado em seus círculos
Como podem não enxergar os oprimidos
Teus apóstolos, pássaros feridos
Que resgataste e como a brisa a soprar
Deste nova vida, propósito a buscar
Os mártires do teu povo se tornaram
Pois tua palavra ao mundo declamaram
Sobre tua terra sagrada o sangue seca
E brota sobre as oliveiras abençoadas
Tu libertaste aquelas planícies
Mas o Povo escolhe as hostes armadas
E aplaudem dos opressores a imundície
Esqueceram que a Deus nada cega?
Condenam teus conterrâneos por sua revolta
Esquecem eles do teu chicote nas costas
Dos ladrões do templo, com suas mesas postas
Vendiam sua fé à vis propostas?
Que negociavam com o império
Um baixo preço por tua cova?
Perdoaste Pedro por com a força te defender
Hás de perdoar o palestino por se erguer
Sob opressão, nenhum seguidor teu há de Viver
Tentaram te matar o corpo sem saber
Que tua alma eterna, Deus ao céus fez ascender
E todo mártir palestino que teu exemplo ter
Não morrerá até tua terra livre ser
Venha a nós teu Reino nobre
Tua justiça sobre esse Mundo pobre
A Misericórdia de Deus virá sobre tua cabeça
O Mahdi será teu servo mais moral
Retorne logo, para que pereça
O jugo fariseu sobre tua terra Natal
Mansour Salum Husein