É necessário, enfim, reconhecer que a guerra silenciosa no centro-norte africano não se faz apenas com armas, mas com narrativas cuidadosamente moldadas para encobrir interesses concretos sob o véu do humanismo seletivo. A comunidade internacional — ou, mais precisamente, sua fração hegemônica — não opera segundo princípios universais, mas conforme imperativos geoestratégicos. A paz que se promete é, em última instância, a paz dos mercados — uma paz sem autodeterminação, sem

Durante a 52ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o relator especial sobre substâncias tóxicas e direitos humanos, Marcos Orellana, alertou para a “catástrofe silenciosa” provocada pelo uso descontrolado de agrotóxicos no Brasil. Segundo dados da própria FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o Brasil se consolidou como o maior consumidor de agrotóxicos do planeta, com mais de 600 mil toneladas aplicadas por ano. Curiosamente, este dado

A Índia é um dos países mais linguisticamente diversos do mundo, com 22 idiomas oficiais reconhecidos pela Constituição e centenas de outras línguas e dialetos falados em suas vilas, cidades e regiões. Cada língua carrega não só palavras, mas histórias, filosofias e modos únicos de ver o mundo.

No n.º 10 da Rússkoie Bogatstvo[1] de 1897, o Sr. Mikháilvski escreve, expondo a opinião do Sr. Minski sobre os “materialistas dialéticos”: “ele (o Sr. Minski) devia saber que essa gente não deseja ter nenhum laço de continuidade com o passado e renuncia decididamente à herança” (p. 179), ou seja, “à herança das décadas de 60 e de 70”, à qual, já em 1891, o Sr. V. Rózanov tinha renunciado solenemente no Moskóvskie Védomosti (p. 178) [2].

Diferente da visão ocidental do amor romântico, os casamentos arranjados na Índia são guiados por valores coletivos, onde a união entre duas pessoas é também uma aliança entre famílias. Pais, tios e avós assumem um papel central na escolha do par ideal, considerando casta, religião, horóscopo, educação e compatibilidade social.

No coração do hinduísmo, três deuses formam a base de toda existência: Brahma, o criador; Vishnu, o preservador; e Shiva, o transformador. Juntos, representam o ciclo eterno da vida — nascimento, manutenção e destruição. Não são três deuses separados, mas manifestações de uma única energia divina que se expressa em múltiplas formas.

A música indiana ancestral é devoção, meditação e ciência vibracional. Seus sons são construídos para tocar não só os ouvidos, mas o espírito. Cada raga, com suas notas específicas e horários do dia, é capaz de despertar emoções, curar desequilíbrios e alinhar a energia do corpo com o universo.

Muito antes de se tornar uma febre entre os amantes de lúpulo, a cerveja IPA — India Pale Ale — já cruzava terras áridas e mares tempestuosos. Sua rota passava pelo deserto de Thar, no noroeste da Índia, onde caravanas transportavam barris da bebida destinada aos colonos britânicos. Em meio ao calor escaldante, a IPA resistia graças à sua alta concentração de álcool e lúpulo, que a preservava por longas distâncias.

Na tradição indiana e em muitas culturas asiáticas, comer com as mãos não é sinal de desleixo, mas um ritual de presença e gratidão. Os dedos tocam o alimento como quem agradece, como quem reconhece a vida que ali se oferece. É um gesto que aproxima o corpo da terra e o espírito da nutrição consciente. [...]

Os templos hindus são mais do que construções religiosas — são mapas espirituais esculpidos em pedra. Cada detalhe, do entalhe na coluna ao desenho da cúpula, carrega um simbolismo profundo, representando a conexão entre o homem e o cosmos. Entrar em um templo é adentrar um universo sagrado, onde arte, fé e ciência se entrelaçam. [...]

Na filosofia hindu e budista, o karma é uma lei universal de causa e efeito: toda ação, pensamento ou intenção gera uma consequência. Não se trata de punição ou recompensa divina, mas de responsabilidade espiritual. Cada ser molda seu destino com os próprios atos, colhendo hoje os frutos do ontem, e plantando agora os caminhos do amanhã. [...]

Na cosmovisão hindu, o rio Ganges não é apenas um curso d’água, mas uma deusa viva: Ganga Mata, a Mãe Ganga. Suas águas são tidas como purificadoras, capazes de lavar pecados e libertar almas do ciclo de reencarnação. Banhar-se em suas margens é um ato espiritual, uma forma de renascimento simbólico. [...]