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Conflito entre Tailândia e Camboja atinge maior gravidade em mais de uma década

As tensões entre Tailândia e Camboja escalaram rapidamente em um conflito militar de larga escala na quinta-feira (24), com violentos confrontos na fronteira próxima aos templos históricos de Prasat Ta Muen Thom e Ta Moan. A situação representa a pior crise bilateral em mais de dez anos, deixando pelo menos 16 mortos — a maioria civis tailandeses — e mais de 100 mil deslocados.


O estopim para os confrontos foi a explosão de uma mina terrestre na província tailandesa de Ubon Ratchathani, que feriu cinco soldados. Bangkok acusa o Camboja de ter plantado os explosivos recentemente, violando o Tratado de Ottawa. Phnom Penh nega a alegação, argumentando que a mina é resquício de guerras anteriores.


CONFLITO TAILÂNDIA X CAMBOJA I ARQUIVO
CONFLITO TAILÂNDIA X CAMBOJA I ARQUIVO

Com o agravamento da situação, os dois países romperam relações diplomáticas: a Tailândia expulsou o embaixador cambojano, e o Camboja retaliou com a retirada de seus diplomatas e a expulsão de representantes tailandeses. Ambos os lados trocaram acusações sobre quem iniciou os combates.


O conflito causou sérios danos civis: 12 tailandeses morreram, incluindo um menino de oito anos, e há relatos de bombardeios cambojanos sobre áreas residenciais e até um hospital. A Tailândia respondeu com o uso de caças F-16, atingindo alvos cambojanos, o que Phnom Penh chamou de “agressão militar ilegal”.


Além do colapso diplomático, os dois países impuseram sanções econômicas. O Camboja bloqueou importações tailandesas e serviços como eletricidade e internet, enquanto a Tailândia suspendeu viagens e negócios bilaterais. A crise também repercutiu internacionalmente, com países como Cingapura, Vietnã, Filipinas, Japão, China e EUA pedindo moderação.


A ASEAN, tradicionalmente neutra em disputas internas, foi duramente criticada por sua inação. A Malásia, atual presidente do bloco, tentou intermediar o conflito, mas a Tailândia rejeitou qualquer mediação internacional, insistindo em negociações bilaterais.


Internamente, o conflito agrava a instabilidade política tailandesa. A primeira-ministra suspensa, Paetongtarn Shinawatra, foi criticada por ligações próximas ao ex-premiê cambojano Hun Sen, que segue influente nos assuntos regionais. Um telefonema vazado entre os dois, em que ela o chama de “tio” e critica um comandante militar tailandês, inflamou a crise.


Hun Sen, por sua vez, reforçou o apoio ao governo de seu filho, o atual premiê Hun Manet, defendendo uma postura firme contra a Tailândia. Phnom Penh também anunciou a retomada do serviço militar obrigatório em 2026, sinalizando preparo para um possível conflito prolongado.


A raiz da disputa permanece na indefinição sobre a soberania de áreas fronteiriças, especialmente o templo Preah Vihear e outras zonas históricas. Embora a Corte Internacional de Justiça tenha reconhecido a soberania cambojana sobre a área em 1962 e reafirmado isso em 2013, a Tailândia recusa sua jurisdição plena, mantendo viva a tensão territorial.


O Camboja já recorreu ao Conselho de Segurança da ONU, repetindo um gesto de 2011, buscando apoio internacional para pressionar por um cessar-fogo e mediação. A comunidade internacional agora observa com preocupação uma crise que ameaça a estabilidade do Sudeste Asiático.



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