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Cortes em ajuda humanitária colocam 14 milhões de pessoas em risco de fome extrema no mundo

Quase 14 milhões de pessoas estão em risco de fome extrema até dezembro de 2025, alertou o Programa Mundial de Alimentos (PAM), em meio a cortes significativos no financiamento de seis de suas operações mais críticas. Entre os países afetados estão Afeganistão, República Democrática do Congo (RDC), Haiti, Somália, Sudão do Sul e Sudão, onde a assistência alimentar já sofre interrupções que devem se intensificar nos próximos meses.


Segundo Cindy McCain, diretora executiva do PAM, cada corte de ração tem consequências imediatas:


“Uma criança vai para a cama com fome, uma mãe pula uma refeição ou uma família perde o apoio de que precisa para sobreviver”.

DEBEBE, Eskinder. Deslocados internos no campo de Roe, República Democrática do Congo. Bunia, República Democrática do Congo, 22 fev. 2022. Fotografia. Organização das Nações Unidas_
DEBEBE, Eskinder. Deslocados internos no campo de Roe, República Democrática do Congo. Bunia, República Democrática do Congo, 22 fev. 2022. Fotografia. Organização das Nações Unidas_

A agência estima que o orçamento deste ano será 40% menor, com US$ 6,4 bilhões disponíveis, comparado aos US$ 10 bilhões em 2024, ameaçando reverter décadas de avanços no combate à fome.


A crise global se agrava em um cenário de fome recorde: atualmente, 319 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar aguda, incluindo 44 milhões em nível de emergência. A situação é particularmente grave no Sudão e na Faixa de Gaza, onde os índices de desnutrição e escassez de alimentos continuam a subir.


O PAM alerta que os cortes podem elevar para 13,7 milhões o número de pessoas que passam de níveis críticos para emergenciais de fome. No Afeganistão, a assistência alimentar cobre menos de 10% dos necessitados, mesmo com taxas de desnutrição crescentes. Na RDC, 28 milhões de pessoas – aproximadamente um quarto da população – sofrem insegurança alimentar, com planos de atendimento reduzidos de 2,3 milhões para apenas 600 mil pessoas.


No Haiti, programas de refeições quentes já foram interrompidos, e famílias recebem metade das rações mensais habituais. Na Somália, o número de beneficiários caiu de 2,2 milhões no ano passado para 350 mil previstos para novembro. No Sudão do Sul, todas as rações distribuídas foram reduzidas, e a escassez de itens alimentares deve se intensificar a partir de outubro. No Sudão, quatro milhões de pessoas recebem ajuda mensalmente, mas 25 milhões – metade da população – enfrentam insegurança alimentar aguda.


Mais cinco formes em Gaza devido a fome ©EYE ON PALESTINE
Mais cinco formes em Gaza devido a fome ©EYE ON PALESTINE

Os cortes afetam também os esforços de preparação do PAM. Pela primeira vez em quase uma década, não há estoques de contingência para a temporada de furacões no Haiti, nem pré-posicionamento de alimentos no Afeganistão antes do inverno. Apesar disso, a agência mantém o compromisso de fornecer assistência alimentar onde a necessidade é mais urgente.


“Os cortes na assistência alimentar não apenas ameaçam vidas, mas podem desestabilizar sociedades, gerar deslocamentos e provocar crises sociais e econômicas mais amplas”, afirmou McCain.

Para a agência, a entrega rápida e eficaz de alimentos é essencial para conter o caos em países que já enfrentam múltiplas crises humanitárias.

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