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A economia do sofrimento: o sadismo metódico do Estado israelense contra Gaza

O fato de Israel ter permitido a entrada de apenas cinco caminhões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, enquanto a população enfrenta uma catástrofe humanitária de proporções indescritíveis, não é simples negligência ou cinismo diplomático. Trata-se de um sadismo político calculado, de uma estratégia de dominação em que o sofrimento do povo palestino é administrado com precisão cirúrgica.



MAJDI FATHI. Islã Hajjaj mantém sua filha de 6 anos, Najwa, que sofre de desnutrição, em um abrigo no centro da Cidade de Gaza. Gaza, Palestina, 2025.
MAJDI FATHI. Islã Hajjaj mantém sua filha de 6 anos, Najwa, que sofre de desnutrição, em um abrigo no centro da Cidade de Gaza. Gaza, Palestina, 2025.


Essa não é a primeira vez que a potência ocupante gerencia a sobrevivência dos gazenses como quem dosifica um castigo — não para salvar vidas, mas para manter a população em um estado de agonia controlada. Já em 2012, documentos internos do governo israelense revelaram que o Estado havia calculado o número exato de calorias necessárias para que um habitante de Gaza sobrevivesse sem morrer de fome, mantendo ao mesmo tempo um bloqueio rigoroso. É uma política que não se assume publicamente, mas que carrega todos os traços de um suplício burocrático em larga escala.


Limitar a entrada de comida e remédios a cinco caminhões, em um território sitiado, bombardeado, sem água, sem eletricidade e sem acesso adequado à saúde, é uma forma de violência lenta, insidiosa, quase clínica. Não se trata de ignorar o sofrimento, mas de administrá-lo — de utilizá-lo como uma arma política. Nesse nível, a crueldade deixa de ser efeito colateral: torna-se um método de governo.


Alguns tentarão justificar tais ações como medidas de segurança ou consequências de um conflito assimétrico. Mas essa linguagem técnica já não consegue mascarar o óbvio: há um prazer frio na gestão meticulosa da dor de um povo — uma forma de prolongar a humilhação, de impedir a morte sem permitir a vida. Como se o objetivo não fosse apenas controlar Gaza, mas punir os gazenses por existirem.


Num mundo que se diz fundado nos direitos humanos, deixar o acesso humanitário nas mãos de um Estado que faz do sofrimento uma estratégia militar é um fracasso moral absoluto.


E é preciso dizer com todas as letras: o Estado de Israel, encarnação moderna da barbárie, é o novo rosto do nazismo do século XXI.

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