Atiradores de origem estadunidense e alemã envolvidos em mortes de família em Gaza
- www.jornalclandestino.org

- 11 de set.
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Uma investigação internacional de cinco meses revelou que atiradores israelenses, com dupla nacionalidade estadunidense e alemã, foram responsáveis pela morte de quatro membros da família Doghmosh em Gaza em 22 de novembro de 2023. O episódio ocorreu no bairro de Tal al-Hawa e faz parte de um padrão mais amplo de ataques contra civis desarmados no enclave palestino.
O estudo foi conduzido por The Guardian, Arab Reporters for Investigative Journalism (ARIJ), Paper Trail Media, Der Spiegel e a emissora alemã ZDF, e baseou-se em vídeos, fotografias e depoimentos de sobreviventes para reconstruir o ataque. Segundo os relatos, Salem Doghmosh, de 19 anos, foi baleado na cabeça enquanto tentava recuperar o corpo de seu irmão Mohammed, morto minutos antes. Montasser, pai de 51 anos, e o parente Mohamed Farid também foram mortos, enquanto outros dois familiares ficaram feridos.

Entre os responsáveis, o ex-jogador universitário estadunidense Daniel Raab admitiu ter atirado em Salem mesmo sabendo que ele estava desarmado, descrevendo o ato como sua “primeira eliminação”. O parceiro de Raab, Daniel Graetz, natural de Munique, Alemanha, também integrava o esquadrão de atiradores conhecido como “Ghosts”, formado majoritariamente por indivíduos com dupla cidadania.
Especialistas em direito internacional apontam que o ataque a civis, incluindo pessoas tentando recuperar corpos, configura crime de guerra. As imagens divulgadas mostraram a posição do esquadrão em um prédio de seis andares, a cerca de 400 metros da rua Moneer al-Rayyes, local do tiroteio. Fayza Doghmosh, mãe das vítimas, emocionou-se ao ver os registros, afirmando: “Mesmo que eu o perdoe, Deus não fará isso”, referindo-se a Raab.
A ofensiva militar israelense em Gaza, iniciada em outubro de 2023, já resultou em mais de 64.600 mortos e devastou o enclave, intensificando a crise humanitária e a escassez de alimentos. Organizações de direitos humanos acusam os Estados Unidos de cumplicidade, por participarem indiretamente da operação, enquanto o Hamas responsabiliza Washington pelo apoio aos atos israelenses.



































































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