Cães, cassetetes e sarna: o terror cotidiano nas prisões israelenses
- Clandestino
- há 1 dia
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A Comissão Palestina para Assuntos de Detentos e Ex-Detentos denunciou neste domingo, 4 de maio, um agravamento nas condições dentro da prisão de Gilboa, uma das piores instalações israelenses. Segundo a entidade, os prisioneiros palestinos têm sido alvo de uma escalada brutal de violência física e psicológica por parte das autoridades penitenciárias.

Relatos colhidos por um dos advogados da Comissão apontam para uma série de ataques violentos e planejados contra os detentos. Entre os abusos registrados estão espancamentos intensos que resultaram em costelas fraturadas, perda parcial de audição e visão, além de fortes dores abdominais, reflexo direto dos golpes recebidos na cabeça, olhos e tronco.
Duas incursões particularmente violentas ocorreram em abril. No dia 21, unidades especiais acompanhadas por cães policiais invadiram as celas, atacando os prisioneiros de forma brutal. Diversos detentos ficaram feridos, alguns com lesões profundas causadas pelas mordidas dos cães. Já em 28 de abril, as forças penitenciárias voltaram a agir com extrema violência, desta vez na sala 16 da Seção 5, onde oito prisioneiros foram espancados sem critério.
Além da repressão física, os detentos enfrentam um surto alarmante de sarna que, segundo a Comissão, não tem recebido a devida atenção médica. Muitos prisioneiros apresentam lesões cutâneas graves e têm sido punidos com a negação de seu tempo diário no pátio, agravando ainda mais as condições de saúde e higiene.
Casos individuais agravam a gravidade do cenário. Ibrahim Al-Ramadi, 23 anos, do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém, sofre de enxaquecas crônicas e uma condição cardíaca congênita que exige medicação contínua — tratamento que lhe tem sido negado desde a prisão. Ele também contraiu sarna há meses e permanece sem cuidados adequados.
Outro detento, Nasser Ba'ara, de 29 anos, oriundo de Nablus, apresenta costelas quebradas e hematomas generalizados após ter sido espancado durante uma das recentes operações repressivas.
A Comissão Palestina conclama a comunidade internacional a intervir de forma imediata e decisiva para conter os abusos sistemáticos dentro das prisões israelenses e assegurar o fornecimento de tratamento médico adequado aos detentos.