Com Lula, o caminho do Brasil à China fica mais curto
- Clandestino
- 23 de abr.
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Rui Costa Visita Pequim e Xangai para Impulsionar Investimentos e Projetos de Infraestrutura com China
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, começará uma viagem de cinco dias a Pequim no próximo sábado (26), com o objetivo de se reunir com autoridades chinesas e buscar investimentos para projetos de logística e cadeias produtivas. A parceria será reforçada durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, marcada para os dias 12 e 13 de maio, onde deverão ser anunciados novos acordos.
Após as reuniões em Pequim, Rui Costa seguirá para Xangai, onde passará dois dias. Na cidade, está localizada a sede do Novo Banco de Desenvolvimento, presidido por Dilma Rousseff, ex-chefe da Casa Civil de Lula. A instituição, também conhecida como Banco do Brics, deve contribuir para o financiamento de alguns dos projetos em negociação.

Recentemente, uma delegação chinesa esteve no Palácio do Planalto para conhecer os detalhes do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), um dos projetos-chave do governo brasileiro. Em novembro de 2023, durante a visita do presidente Xi Jinping a Brasília, foi acordado que Brasil e China buscariam "sinergias" entre o PAC e a Iniciativa Cinturão e Rota (Nova Rota da Seda).
Um dos principais focos dessa cooperação é o Corredor Bioceânico, que conectará o Brasil ao Pacífico por meio de rodovia até o Chile e, eventualmente, por ferrovia até o porto de Chanqay, no Peru. O projeto pode abrir portas para a participação de grandes empresas chinesas nas licitações de obras no Brasil.
O ministro Rui Costa também buscará ampliar os investimentos nas cadeias de produção industrial, com um destaque para o projeto do satélite CBERS-5. O CBERS-5 é o primeiro satélite geostacionário do Brasil e é fruto de uma colaboração tecnológica iniciada em 1988, no início das relações bilaterais entre Brasil e China. Recentemente, o ministro da Ciência e Tecnologia, Yin Hejun, destacou o programa como modelo de cooperação, especialmente para a América Latina.
Durante um encontro preparatório para o Fórum China-Celac, que ocorrerá em 13 de novembro, Yin ressaltou a importância dos satélites como um exemplo de desenvolvimento conjunto entre os dois países. O Fórum terá como foco áreas como agricultura, energia, inteligência artificial e economia digital, e é visto como uma oportunidade de aprofundar as relações entre China e América Latina.
Por fim, Zhang Run, diretor do Departamento de Assuntos Latino-americanos e Caribenhos do Ministério das Relações Exteriores da China, comentou que as relações entre Pequim e a América Latina não envolvem "jogos de soma zero" ou interesses geopolíticos exclusivos. Ele também citou a cooperação sino-latino-americana em tecnologia e ciência como uma maneira de romper com monopólios tecnológicos e promover avanços em áreas como inteligência artificial, satélites e energia renovável.