Trump anuncia guerra contra cinema internacional. Segundo ele: “É propaganda”
- www.jornalclandestino.org

- 4 de mai.
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O presidente Donald Trump afirmou que irá impor uma tarifa de 100% sobre todos os filmes produzidos fora dos Estados Unidos, sob a justificativa de proteger a indústria cinematográfica americana e enfrentar o que classificou como uma "ameaça à segurança nacional".
“O setor cinematográfico nos Estados Unidos está MORRENDO em ritmo acelerado”, declarou Trump em publicação na rede Truth Social. Segundo ele, países como Reino Unido, Canadá e Austrália estariam atraindo estúdios e profissionais com incentivos financeiros, o que, para Trump, configura uma “campanha de propaganda internacional”.
“É, além de tudo, uma questão de mensagens e propaganda!”, escreveu. Ele disse ter autorizado o Departamento de Comércio e o Representante de Comércio dos EUA a iniciarem o processo para aplicar a tarifa.

A proposta surge após o ator Jon Voight, aliado de Trump, articular com sindicatos e estúdios um plano de resgate para Hollywood. A expectativa era por incentivos fiscais federais para manter produções nos EUA. No entanto, Trump optou por medidas punitivas ao invés de incentivos, contrariando o que vinha sendo discutido nos bastidores da indústria.
Especialistas alertam para os obstáculos legais e econômicos da proposta. Atualmente, as tarifas dos EUA não incidem sobre serviços, como a produção e distribuição de filmes. Além disso, uma moratória da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre bens digitais, válida até 2026, pode tornar a aplicação da medida juridicamente inviável.
A proposta também não especifica como seriam tratadas as produções híbridas, que combinam filmagens dentro e fora dos EUA, ou as séries realizadas em outros países. Isso poderia impactar plataformas como Netflix e Max, que têm investido pesadamente em produções internacionais, especialmente no Canadá.
Caso implementada, a tarifa poderia praticamente eliminar a exibição de filmes estrangeiros nos EUA e provocar retaliações. Em um episódio recente, a China respondeu a tarifas impostas por Trump com a promessa de restringir a entrada de filmes americanos.
Apesar de alegar que a medida protegeria empregos e reverteria déficits, dados da Motion Picture Association mostram que o setor audiovisual norte-americano é superavitário, com exportações de US$ 22,6 bilhões e saldo positivo de US$ 15,3 bilhões em 2023.
O Departamento de Comércio e o Escritório do Representante de Comércio dos EUA ainda não se manifestaram sobre o anúncio.


























































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