Israel reativa antigas ordens de apreensão em terras agrícolas próximas a Jerusalém
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Autoridades israelenses ativaram ordens antigas para confiscar terras na vila de Qalandia, ao norte de Jerusalém, áreas cultivadas por décadas e registradas sob títulos históricos jordanianos e britânicos. Moradores afirmam que a medida ignora décadas de cultivo pacífico e desafia direitos legais de propriedade reconhecidos antes da criação do Estado de Israel.

As ordens de apreensão abrangem centenas de dunams localizados a leste da vila de Qalandia, próximos à zona industrial colonial de Atarot e ao Aeroporto de Jerusalém. Emitidas originalmente nas décadas de 1970 e 1980 com o objetivo de expandir a zona industrial, essas medidas não foram executadas por décadas devido à resistência dos proprietários locais.
Os moradores de Qalandia têm cultivado essas terras continuamente sem objeção das autoridades de ocupação até os últimos dias, quando foram surpreendidos por novas notificações exigindo a entrega das propriedades à chamada "Administração de Terras de Israel". Segundo os habitantes, essas ordens desconsideram registros legais de propriedade mantidos desde os períodos britânico e jordaniano, antes da criação do Estado de Israel.
Autoridades locais e da Província de Jerusalém afirmam que as ordens são válidas e justificam a expansão industrial e de infraestrutura, mas os residentes questionam a legalidade das medidas, apontando que o direito de propriedade sobre essas terras está documentado há décadas e protegido por registros históricos.
Organizações de direitos humanos e grupos palestinos têm denunciado que a reativação dessas ordens representa uma tentativa de apropriação de terras agrícolas, ameaçando o sustento e a estabilidade das famílias da vila. A situação se insere em um contexto maior de tensões entre colonos israelenses e palestinos em Jerusalém e arredores, com impacto direto na agricultura local e na preservação de propriedades históricas.
Analistas ressaltam que ações como esta reforçam a desigualdade de acesso à terra e aumentam o risco de conflitos locais, enquanto moradores e autoridades palestinas buscam medidas legais e internacionais para contestar a ocupação e proteger os direitos sobre suas propriedades.
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