MST celebra 40 anos da Fazenda Annoni, marco histórico da luta pela terra no Brasil
- www.jornalclandestino.org

- 22 de out.
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O Assentamento 16 de Março será o palco das comemorações, que incluem a Feira Estadual da Reforma Agrária Popular e a Conferência Estadual da Reforma Agrária Popular: Memória, Luta e Desafios Atuais. A programação prevê visitas a locais históricos da luta, como o Educar, a Cooperlat, a Encruzilhada Natalino, a Área 10 e a Cooptar, além da cerimônia de nomeação da Rodovia Caminhos da Reforma Agrária.
A programação cultural e política contará com seminários sobre saúde, direitos humanos, agroecologia e cooperação, encontros de escritores e pesquisadores da reforma agrária, apresentações artísticas, a Jornada Socialista Roseli Nunes e o Ato Político em Defesa da Reforma Agrária. Lideranças como João Pedro Stédile, José Geraldo Souza e Alessandra Gasparotto estarão presentes, reforçando o diálogo com o governo e instituições parceiras.

A ocupação da Fazenda Annoni, ocorrida em 29 de outubro de 1985, mobilizou cerca de 7.500 pessoas de 32 municípios gaúchos em uma ação cuidadosamente organizada, considerada a maior ocupação de terras na história do Brasil até então. O terreno, em litígio judicial desde 1972, estava improdutivo, coberto por capim-annoni, e a Brigada Militar precisou organizar o trânsito para a chegada dos veículos ao local do acampamento.
O sucesso da ocupação levou à criação do assentamento definitivo, com 1.250 famílias estabelecidas entre 1992 e 1993. Durante o período de resistência, os acampados realizaram 36 ocupações de terra, nove greves de fome e marcharam 450 km até Porto Alegre para visibilizar a luta pela terra. A ação é reconhecida como marco fundador do MST no Rio Grande do Sul, sendo considerada de repercussão nacional e internacional.
Isaías Vedovatto, assentado e responsável por cortar os arames na ocupação, destaca que a Fazenda Annoni foi fundamental para a formação do MST e para a trajetória da reforma agrária no país. Ele reforça que os 40 anos do movimento representam aprendizado histórico, construção coletiva e experiências que moldaram a luta contemporânea pela terra e a Reforma Agrária Popular.
A lavração da Fazenda Annoni e a participação ativa de agricultores locais, com mais de 50 tratores, são lembradas como momentos emblemáticos de engajamento comunitário e político, consolidando a importância do evento na memória coletiva do MST e na história da luta pela terra no Brasil.



































































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