Reino Unido retira HTS, antigo ramo da Al-Qaeda na Síria, da lista de organizações terroristas

O HTS, antigo ramo da Al-Qaeda na Síria conhecido como Frente Al-Nusra, foi incluído na lista de organizações terroristas pelo Reino Unido em 2017 devido a seus vínculos históricos com ataques e atividades militantes. Desde então, o grupo passou a controlar áreas da província de Idlib, onde desenvolveu uma administração civil e manteve estruturas militares, apesar de denúncias de abusos contra dissidentes.

A decisão britânica, anunciada pelos ministérios das Relações Exteriores e do Interior, foi apresentada ao Parlamento e tem como objetivo facilitar o engajamento com o governo interino da Síria, liderado pelo presidente Ahmed al-Sharaa. Segundo o comunicado, a medida permitirá também cooperação em temas estratégicos, como a eliminação do programa de armas químicas remanescente do regime de Bashar al-Assad.

Ahmed al-Sharaa, líder do HTS

Após a tomada do poder em dezembro de 2024, o HTS anunciou a dissolução de todas as facções armadas do país, integrando algumas unidades à nova força policial síria e estabelecendo canais diplomáticos com diversos países, incluindo Estados Unidos, França e Reino Unido. O presidente interino, Ahmed al-Sharaa, manteve encontros com líderes internacionais, reforçando a legitimidade do novo governo.

O Reino Unido já havia retomado relações diplomáticas plenas com a Síria em julho deste ano, após mais de uma década de cortes nos laços. A decisão de remover o HTS da lista de terroristas segue o movimento de suspender sanções contra ministérios estratégicos do país e grupos de mídia, consolidando a reaproximação diplomática.

Analistas internacionais avaliam que a medida britânica pode redefinir o equilíbrio geopolítico na região, ao reconhecer formalmente a autoridade do HTS como parte do governo sírio, mas alertam para riscos relacionados ao histórico do grupo e à estabilidade de áreas antes controladas por milícias.