China exorta Israel a suspender bloqueio e impedir uso militar da ajuda em Gaza
- Clandestino
- há 6 dias
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Em pronunciamento nesta quarta-feira ao Conselho de Segurança da ONU, Fu Cong, representante permanente da China nas Nações Unidas, instou Israel a pôr fim imediatamente ao cerco imposto à Faixa de Gaza e a garantir a livre circulação de alimentos e medicamentos. Segundo Fu, o bloqueio transformou o território num “verdadeiro inferno” e agravou uma crise humanitária já alertada pelo sistema global de monitoramento da insegurança alimentar (IPC), que classifica toda a população de Gaza em estado de emergência nutricional.

O embaixador chinês também criticou uma iniciativa de distribuição humanitária recentemente apresentada – e logo rejeitada pelas agências da ONU – afirmando que a assistência não pode servir a interesses militares ou políticos. “A ajuda humanitária deve respeitar os princípios de neutralidade, imparcialidade e independência em todas as fases de operação”, declarou Fu Cong.
Em paralelo, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusa Israel de empregar a escassez de alimentos como instrumento de guerra contra os civis palestinos. Desde o início das hostilidades em outubro de 2023, já foram registradas cerca de 52.908 mortes e 119.721 feridos em Gaza, muitos deles crianças e idosos em risco extremo de desnutrição devido à falta de suprimentos básicos.
Organizações internacionais, como o Programa Mundial de Alimentos, relatam que seus estoques em Gaza atingiram níveis críticos em virtude das restrições de acesso, enquanto instituições humanitárias denunciam que a escassez de combustível e insumos compromete o funcionamento de hospitais e rotas de distribuição de alimentos. As entidades pedem que Israel reabra as vias de entrada de ajuda sem delonga, sob pena de aprofundar uma tragédia de proporções ainda maiores.
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