Etiópia rebate Trump e nega financiamento dos EUA em megabarragem no Nilo Azul
- www.jornalclandestino.org

- 24 de jul.
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O governo da Etiópia reagiu com veemência às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que a controversa Grande Barragem do Renascimento Etíope (GERD) foi construída “em grande parte” com recursos 'americanos'. A acusação foi classificada como falsa e "destrutiva" por autoridades do país africano.
Durante um jantar com senadores republicanos na Casa Branca, Trump declarou que os EUA financiaram a barragem, construída no rio Nilo Azul, e criticou o impacto do projeto sobre o Egito, que depende do Nilo para 97% de sua água doce. O presidente também voltou a se pronunciar na rede Truth Social, chamando a obra de “estupidamente financiada” e responsável por reduzir o fluxo hídrico à jusante.

Em resposta, Fikrte Tamir, vice-diretora do Escritório de Coordenação da GERD, desmentiu as alegações e reforçou que a barragem foi construída "sem qualquer ajuda estrangeira". Ela explicou que o financiamento do projeto, ao longo de 14 anos, veio exclusivamente de recursos internos: orçamento do governo, doações da diáspora etíope e até deduções salariais voluntárias da população.
A construção da GERD, iniciada em 2011, foi concluída oficialmente neste mês. Com capacidade de gerar 5,15 gigawatts de energia, trata-se da maior usina hidrelétrica da África. O orçamento inicial era de US$ 4 bilhões. Apenas no ano fiscal de 2024/25, a população etíope contribuiu com o equivalente a US$ 12,3 milhões para a conclusão do projeto.
A barragem é motivo de tensão diplomática com Egito e Sudão, que temem impactos na segurança hídrica e na agricultura locais. Para Adis Abeba, no entanto, a GERD simboliza soberania energética, desenvolvimento regional e cooperação.



































































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