Onde estão os árabes?
- Mohammed Hadjab

- 10 de jun.
- 2 min de leitura
Do oceano Atlântico ao Golfo Pérsico, ecoa uma pergunta que queima como brasa viva: onde estão os árabes? Onde está aquela "nação árabe" sonhada por Sati El Housri, unida pela língua, pela história e por um destino comum?
Enquanto a Palestina sangra, enquanto Gaza é esmagada sob bombas que não distinguem entre crianças e combatentes, as capitais árabes mergulham num silêncio cúmplice. Apenas Argélia e Iêmen ousam desafiar a ordem estabelecida. A Argélia, fiel ao seu passado revolucionário e solidário; o Iêmen, mesmo exaurido pela guerra e pobreza, não hesita em se erguer em nome dos oprimidos.
E os outros? Onde estão as monarquias riquíssimas do Golfo, os grandes exércitos árabes – Egito, Arábia Saudita, Jordânia – quando a Palestina chama? Por que não usam sua força econômica colossal, seus trilhões em receitas de petróleo e gás, como arma de guerra? Por que não transformam seus recursos naturais em instrumentos de pressão, em resposta à barbárie?
O petróleo já foi arma estratégica. Hoje, virou moeda de silêncio. E os exércitos? Equipados com o que há de mais moderno, alimentados por orçamentos astronômicos, parecem estar apenas a serviço das elites locais. Diante de Israel, se encolhem, como se Tel Aviv estivesse protegida por um "dome de ferro encantado", invulnerável, mágico.

É medo? Submissão? Cálculo geopolítico?
E a umma? Aquela comunidade dos fiéis que deveria se levantar contra a injustiça? Onde está "o jihad" contra a tirania, que é um dever sagrado diante do massacre de um povo inteiro? Será que virou apenas retórica vazia em reuniões diplomáticas e cúpulas onde o cinismo reina?
Israel bombardeia, coloniza, assassina – e o mundo árabe observa. Alguns até estendem a mão para normalizar relações, como se ajoelhar diante do opressor fosse estratégia de sobrevivência.
A traição árabe chega ao cúmulo de pactuar com o inimigo israelense, não apenas adotando suas táticas de opressão e ocupação, mas também reproduzindo-as entre irmãos. É o caso vergonhoso da monarquia marroquina, que ocupa o Saara Ocidental – terra de um povo árabe irmão – da mesma forma que Israel coloniza a Palestina. Usurpa-se a causa palestina enquanto se perpetua o mesmo crime contra outros povos, sob o mesmo silêncio cúmplice.
A história cobrará caro. E ela registrará que, diante do "novo Hitler chamado Netanyahu", os líderes árabes – com raras exceções – preferiram o conforto de seus palácios à dignidade de seus povos.
Onde estão os árabes
O mundo vê.
A Palestina grita.
E vocês... dormem.



































































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