top of page
Inserir um título (5) (1).jpg

Onde estão os árabes?

Do oceano Atlântico ao Golfo Pérsico, ecoa uma pergunta que queima como brasa viva: onde estão os árabes? Onde está aquela "nação árabe" sonhada por Sati El Housri, unida pela língua, pela história e por um destino comum?


Enquanto a Palestina sangra, enquanto Gaza é esmagada sob bombas que não distinguem entre crianças e combatentes, as capitais árabes mergulham num silêncio cúmplice. Apenas Argélia e Iêmen ousam desafiar a ordem estabelecida. A Argélia, fiel ao seu passado revolucionário e solidário; o Iêmen, mesmo exaurido pela guerra e pobreza, não hesita em se erguer em nome dos oprimidos.


E os outros? Onde estão as monarquias riquíssimas do Golfo, os grandes exércitos árabes – Egito, Arábia Saudita, Jordânia – quando a Palestina chama? Por que não usam sua força econômica colossal, seus trilhões em receitas de petróleo e gás, como arma de guerra? Por que não transformam seus recursos naturais em instrumentos de pressão, em resposta à barbárie?


O petróleo já foi arma estratégica. Hoje, virou moeda de silêncio. E os exércitos? Equipados com o que há de mais moderno, alimentados por orçamentos astronômicos, parecem estar apenas a serviço das elites locais. Diante de Israel, se encolhem, como se Tel Aviv estivesse protegida por um "dome de ferro encantado", invulnerável, mágico.


Imagem gerada por Inteligência Artificial
Imagem gerada por Inteligência Artificial

É medo? Submissão? Cálculo geopolítico?


E a umma? Aquela comunidade dos fiéis que deveria se levantar contra a injustiça? Onde está "o jihad" contra a tirania, que é um dever sagrado diante do massacre de um povo inteiro? Será que virou apenas retórica vazia em reuniões diplomáticas e cúpulas onde o cinismo reina?


Israel bombardeia, coloniza, assassina – e o mundo árabe observa. Alguns até estendem a mão para normalizar relações, como se ajoelhar diante do opressor fosse estratégia de sobrevivência.


A traição árabe chega ao cúmulo de pactuar com o inimigo israelense, não apenas adotando suas táticas de opressão e ocupação, mas também reproduzindo-as entre irmãos. É o caso vergonhoso da monarquia marroquina, que ocupa o Saara Ocidental – terra de um povo árabe irmão – da mesma forma que Israel coloniza a Palestina. Usurpa-se a causa palestina enquanto se perpetua o mesmo crime contra outros povos, sob o mesmo silêncio cúmplice.


A história cobrará caro. E ela registrará que, diante do "novo Hitler chamado Netanyahu", os líderes árabes – com raras exceções – preferiram o conforto de seus palácios à dignidade de seus povos.


Onde estão os árabes

O mundo vê.

A Palestina grita.

E vocês... dormem.

Comentários


ADQUIRA UMA DAS VERSÕES DA EDITORA CLANDESTINO.

Ao adquirir um de nossos arquivos, você contribui para a expansão de nosso trabalho.

LEIA ON-LINE

Thomas Sankara responde “Por que você disse não aorecebimento de ajuda humanitária?”
01:29
A história do mundo por Ghassan Kanafani (1970)
00:21
Promessas Vazias de Justiça e Liberdade nos Estados Unidos
01:27
Aliança estratégica entre Rússia e China
01:00
Salve o Sudão!
01:00
Kim Jong Un inspeciona corpo de elite do Exército norte-coreano
00:45
"Quem te priva da liberdade não merece uma aboradagem pacífica" Malcolm X
00:28
Colonos israelenses provocam terror em comunidades palestinas
01:01
bottom of page