Organização denuncia repressão de forças de segurança na Argentina
- Derek Emidio

- 14 de mar.
- 2 min de leitura
O Serviço Paz e Justiça da Argentina (Serpaj) manifestou hoje seu veemente repúdio à repressão promovida pelas forças de segurança contra os manifestantes que estavam protestando em defesa dos direitos dos aposentados em frente ao Congresso Nacional. A organização, presidida pelo laureado com o Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, qualificou como "brutal" a ação de diversas forças de segurança, incluindo a Gendarmería, a Prefectura Naval, a Polícia Federal e a Polícia de Segurança Aeroportuária, que reprimiram com violência aposentados, trabalhadores, torcedores de futebol, membros de organizações políticas e sociais, e jornalistas de imprensa.
Em um comunicado divulgado à imprensa, o Serpaj expressou profunda preocupação com o uso excessivo da força e o desmedido aparato policial que se fez presente durante a manifestação, que ocorreu como parte dos protestos semanais dos aposentados, um grupo que regularmente exige melhorias nas suas condições de vida e aposentadoria. O comunicado destaca que, apesar de essas manifestações acontecerem todos os meses, desta vez houve uma mobilização ampliada, com o apoio de diversos setores sociais e torcedores de futebol, o que resultou em um reforço massivo de segurança.
“Exigimos ao presidente Javier Milei e à sua ministra de Segurança, Patricia Bullrich, que respeitem o direito constitucional de protesto pacífico e lembrem-se de que é dever do Estado garantir os direitos dos cidadãos e não violá-los", afirmou a organização, ressaltando que o direito à manifestação é uma pedra angular da democracia. O comunicado também expressou a indignação pela forma como as forças de segurança trataram as pessoas que estavam nas ruas, sublinhando que muitas delas foram vítimas de violência, com um número significativo de manifestantes sendo feridos gravemente, além de várias detenções arbitrárias.
A organização, com mais de quatro décadas de atuação no país, também afirmou que "não se recorda de uma violência de tamanha magnitude contra o povo argentino há muito tempo", refletindo sobre o aumento da repressão no contexto atual. O Serpaj criticou a atual administração, questionando se realmente o país ainda vive em um "Estado de Direito", dentro dos princípios democráticos e representativos que são fundamentais para o funcionamento da República.
Em sua nota, o Serpaj conclui com uma exigência firme: que os responsáveis pela violação dos direitos humanos durante as manifestações sejam processados e levados à justiça. O documento deixa claro que os abusos não devem ser tolerados, e a luta por um sistema mais justo e democrático deve ser intransigente. A organização frisou que é urgente uma resposta do governo e das instituições responsáveis pela segurança pública para garantir que a violência não se repita e que os direitos dos cidadãos sejam respeitados.
Diante dessa situação, a manifestação de solidariedade em apoio aos aposentados, que há semanas enfrentam dificuldades para garantir uma aposentadoria digna, se transformou em um cenário de confronto e violência, refletindo uma escalada preocupante no tratamento das manifestações sociais na Argentina.








































































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