top of page
Inserir um título (5) (1).jpg

Passaporte à venda: Milei prostitui soberania argentina por visto estadunidense

A recente visita de Kristi Noem à Casa Rosada, acompanhada pela ministra Patricia Bullrich e pelo embaixador Gerardo Werthein, escancarou mais um capítulo do alinhamento submisso entre o governo de Javier Milei e a administração de Donald Trump. Sob o disfarce da inclusão da Argentina no Programa de Isenção de Vistos (VWP), escondem-se acordos de segurança que fragilizam profundamente a soberania nacional.


ree

As negociações, que incluem exigências de cooperação antiterrorista, controle migratório e até entrega de dados sigilosos à inteligência dos EUA, vão muito além de uma simples concessão de entrada facilitada para turistas. Estão sendo pactuadas cláusulas que preveem o rastreamento de cidadãos argentinos considerados "fugitivos" pelos EUA e a submissão a inspeções do Departamento de Segurança Interna (DHS), abrindo caminho para a criminalização de opositores sob critérios unilaterais.


A diplomacia argentina, conduzida por Milei, parece menos interessada em defender os direitos dos seus cidadãos e mais preocupada em atender aos ditames geopolíticos de Washington. A assinatura do Memorando de Cooperação com os EUA autoriza o compartilhamento irrestrito de informações, sem qualquer debate público prévio ou contrapartida formal, expondo argentinos a mecanismos de vigilância estrangeiros sem transparência ou controle democrático.


Em meio a essa entrega institucional, a nomeação de Peter Lamelas como futuro embaixador dos EUA gerou polêmica. Durante sua audiência no Senado dos EUA, Lamelas afirmou que sua missão será “vigiar para que a Argentina não se aproxime da China” e ainda mencionou, sem rodeios, que Cristina Kirchner deveria estar em prisão domiciliar. As declarações foram recebidas com indignação por senadores argentinos e setores da oposição, que denunciaram interferência direta nos assuntos internos do país.


A pressa em aprovar o VWP antes da Copa do Mundo de 2026 é justificada pelo governo como uma forma de facilitar viagens, mas organizações de direitos humanos e movimentos sociais denunciam que, ao aceitar as imposições dos EUA, a Argentina caminha para um modelo de segurança privatizada e controlada por interesses estrangeiros. Bolívia, México e Brasil já recusaram acordos semelhantes por ferirem os princípios da soberania nacional.


O que se vende como benefício diplomático pode, na prática, custar à Argentina o controle sobre sua política migratória, seus dados estratégicos e sua autonomia internacional. A história mostra que entregar o controle do passaporte é o primeiro passo para abrir mão da autodeterminação.

Comentários


ADQUIRA UMA DAS VERSÕES DA EDITORA CLANDESTINO.

Ao adquirir um de nossos arquivos, você contribui para a expansão de nosso trabalho.

LEIA ON-LINE

“Pátria ou Morte!”  Che Guevara
01:08
Thomas Sankara responde “Por que você disse não aorecebimento de ajuda humanitária?”
01:29
A história do mundo por Ghassan Kanafani (1970)
00:21
Promessas Vazias de Justiça e Liberdade nos Estados Unidos
01:27
Aliança estratégica entre Rússia e China
01:00
Salve o Sudão!
01:00
Kim Jong Un inspeciona corpo de elite do Exército norte-coreano
00:45
"Quem te priva da liberdade não merece uma aboradagem pacífica" Malcolm X
00:28
bottom of page