Sudão em colapso: 30 milhões dependem de ajuda humanitária em meio à guerra prolongada
- www.jornalclandestino.org

- 1 de set.
- 2 min de leitura
O Sudão enfrenta uma das maiores crises humanitárias do mundo, com cerca de 30 milhões de pessoas necessitando de assistência urgente. A avaliação foi feita por Edem Wosornu, diretora de Operações e Advocacia do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), após visita ao país e ao vizinho Chade, que acolhe aproximadamente 850 mil refugiados desde o início do conflito em abril de 2023.

A guerra entre o Exército sudanês e as Forças de Apoio Rápido (RSF) devastou cidades, destruiu escolas, hospitais e serviços básicos, além de provocar fome generalizada e surtos de cólera. Segundo Wosornu, a situação em El Fasher, capital de Darfur do Norte, é alarmante: a cidade está sitiada há 500 dias e sofre novos bombardeios, enquanto caminhões com suprimentos do Programa Mundial de Alimentos (PMA), UNICEF e Organização Mundial da Saúde (OMS) permanecem bloqueados em Nyala, no Darfur do Sul.
O cerco também atinge Kadugli, em Kordofan do Sul, e El Obeid, em Kordofan do Norte. Apesar disso, o UNICEF conseguiu levar ajuda a centenas de milhares de pessoas em Kadugli nos últimos dias. Em contrapartida, Cartum, antiga capital vibrante, foi descrita por Wosornu como uma “cidade fantasma”, marcada por destruição e resíduos explosivos, embora haja sinais de tentativa de retomada da vida cotidiana.
A guerra obrigou rotas alternativas para a ajuda: suprimentos partem de Douala, em Camarões, passam por N’Djamena, no Chade, e seguem até a fronteira de Adre, antes de entrar em Darfur. Esse trajeto, considerado “um esforço gigantesco”, depende do apoio das autoridades chadianas, que têm mantido a fronteira aberta.
Diante desse cenário, a representante do OCHA fez quatro apelos à comunidade internacional: melhoria no acesso humanitário, ampliação do financiamento, apoio à recuperação da população e, sobretudo, o fim imediato dos combates. “O que precisamos é de apenas 55 centavos por pessoa, por dia. Mas nada substituirá a necessidade urgente de paz duradoura”, afirmou.



































































Comentários