Tulkarm Sob Cerco: 40 Prédios Destruídos e Milhares de Palestinos Desalojados

As tropas israelenses seguem com uma ofensiva devastadora no Campo de Refugiados de Tulkarm, na Cisjordânia, que já dura 30 dias consecutivos. De acordo com Faisal Salama, chefe do Comitê Popular para Serviços do Campo, a ocupação forçou milhares de moradores a deixarem suas casas sob ameaças e violência, transformando ruas e edifícios em ruínas.

Segundo Salama, 40 prédios residenciais foram completamente destruídos, afetando cerca de 100 apartamentos, enquanto 10 casas foram incendiadas e 300 lojas comerciais arrasadas. Além disso, centenas de residências sofreram danos estruturais e pertences de inúmeros moradores foram vandalizados.

Demolições em Massa e Reconfiguração Urbana

Em um movimento sem precedentes, as forças israelenses abriram uma estrada dentro do campo, cortando quatro bairros: Balawneh, Al-Hamam, Al-Sawalma e Rua Dhnaba. Essa ação resultou na demolição de 26 edifícios, além de comprometer seriamente as estruturas vizinhas.

A ofensiva já deslocou mais de 12 mil palestinos, que foram forçados a buscar abrigo em áreas próximas. A crise humanitária se agrava com a suspensão das aulas, privando 2.000 estudantes da UNRWA de acesso à educação há mais de um mês. Serviços básicos de saúde também foram interrompidos, aprofundando o caos na região.

Infraestrutura Destruída e Impactos Devastadores

A operação militar causou danos massivos à infraestrutura do campo, atingindo redes de eletricidade, água, esgoto, telecomunicações e internet. Com a destruição desses serviços essenciais, a vida na região se torna praticamente inviável.

Salama alerta que os ataques não se limitam a objetivos militares, mas parecem fazer parte de uma estratégia para desmantelar a identidade do campo de refugiados, apagando seu simbolismo e forçando a dispersão de seus moradores. Ele afirma que, ao destruir casas, eliminar serviços básicos e modificar a estrutura urbana, as forças israelenses buscam alterar a composição demográfica do local e enfraquecer a causa dos refugiados palestinos.