Assembleia Geral da ONU vota pela 34ª vez pelo fim do bloqueio dos EUA a Cuba
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- 29 de out
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A Assembleia Geral das Nações Unidas realiza nesta quarta-feira (29) a 34ª votação anual sobre a resolução que exige o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba. O projeto, intitulado “A necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”, ocorre em um contexto de denúncias do governo cubano sobre pressão diplomática estadunidense para influenciar o resultado da votação.
De acordo com dados apresentados à ONU, o bloqueio causou prejuízos estimados em 7,5 bilhões de dólares a Cuba apenas no período entre março de 2024 e fevereiro de 2025. A medida, mantida há mais de seis décadas, foi classificada como "uma das violações mais graves, prolongadas e sistemáticas do direito internacional" durante os debates que antecederam a votação.

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, denunciou que o governo do presidente Donald Trump lançou uma intensa campanha de intimidação para impedir que outros países votem a favor da ilha. Segundo as acusações, Washington enviou cartas a chancelarias de diversos países e até mesmo delegações a nações da Europa e América Latina, ameaçando com possíveis represálias caso apoiem a resolução.
O apoio internacional a Cuba manifestou-se através de diversos blocos diplomáticos. Em nome dos 131 Estados-membros do Movimento dos Países Não Alinhados (MNOAL), Uganda afirmou sua "mais firme oposição à promulgação e imposição de medidas coercitivas unilaterais" e destacou que "este embargo viola tanto o Direito Internacional quanto a própria Carta das Nações Unidas".
O Grupo dos G77+China, representado pelo Iraque, exigiu que Cuba seja retirada da lista unilateral norte-americana de "países patrocinadores do terrorismo", argumentando que "Cuba é um parceiro ativo e solidário de longa data" e que "tudo o que conhecemos de Cuba é amizade e solidariedade, e não sabemos nada sobre terrorismo".
A Comunidade do Caribe (Caricom), através de Barbados, lembrou as contribuições cubanas na formação de milhares de profissionais de saúde e educação na região, destacando que "quando começou a pandemia de COVID-19, Cuba foi uma das primeiras a responder e enviou brigadas médicas a vários de nossos Estados-membros".
Desde 1992, a Assembleia Geral da ONU tem aprovado a resolução anualmente por ampla maioria, com exceção apenas dos Estados Unidos e de Israel, que invariavelmente votam contra a medida. A votação desta quarta-feira representa mais um capítulo no longo histórico de confronto diplomático sobre a questão, que continua sendo um dos temas mais divisivos nas relações internacionais das Américas.



































































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