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Milei fortalece aliança com Trump e autoriza entrada de tropas dos EUA em meio a promessa de conter influência da China na Argentina

O governo argentino oficializou, por decreto, a autorização para que tropas dos Estados Unidos ingressem no território nacional com o objetivo de realizar exercícios conjuntos. A decisão reflete o alinhamento político e estratégico entre o presidente Javier Milei e o presidente Donald Trump, que tem reforçado sua influência sobre a política externa argentina.


Em entrevista à emissora Fox News, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, confirmou a renovação do swap cambial entre Washington e Buenos Aires, destacando o compromisso de Milei em reduzir a expansão da China na América Latina.


“O presidente Milei é um grande aliado e um farol para a região, tentando quebrar cem anos de ciclos ruins na Argentina”, afirmou Bessent, ao enfatizar que a Casa Branca considera o país sul-americano de “importância sistêmica”.

Javier Milei
Javier Milei

O apoio financeiro, realizado por meio do Fundo de Estabilização Cambial, não é considerado uma transferência direta de recursos, mas representa um gesto político de confiança no governo Milei. Segundo Bessent, o respaldo dos EUA está alinhado com a política America First, estratégia que prioriza os interesses de Washington e busca conter a influência econômica e militar de Pequim no hemisfério ocidental.


A iniciativa tem provocado críticas dentro dos Estados Unidos. A senadora Elizabeth Warren apresentou um projeto de lei para impedir o Tesouro de destinar recursos à Argentina, alegando que o apoio fere os princípios da política econômica interna. Ainda assim, o governo Trump insiste em que a parceria com Milei é essencial para contrabalançar o avanço chinês na região.


As declarações de Bessent ocorreram poucas semanas após o Comando Sul dos EUA, liderado pelo almirante Alvin Holsey, alertar sobre a


“incursão metódica” da China na América Latina. Durante a Conferência de Defesa da América do Sul (SOUTHDEC 25), realizada em Buenos Aires, Holsey afirmou que Pequim busca “exportar seu modelo autoritário e extrair recursos estratégicos” do continente.

Embora Milei demonstre disposição em reduzir a dependência argentina da China, o desafio econômico é considerável. O país asiático é o segundo maior parceiro comercial da Argentina, atrás apenas do Brasil, além de financiar projetos de infraestrutura e manter um swap cambial de cerca de US$ 20 bilhões em yuans. Romper com esses vínculos poderia gerar impacto significativo nas exportações e no equilíbrio financeiro argentino.


Analistas destacam que o realinhamento diplomático de Buenos Aires reflete uma “ocidentalização ideológica” do governo Milei, que privilegia afinidades políticas em detrimento de cálculos estratégicos. Especialistas em economia alertam que a tentativa de reduzir a presença chinesa no país pode comprometer investimentos essenciais para o desenvolvimento, além de tensionar a relação com parceiros históricos.


Apesar do entusiasmo do governo Trump, observadores avaliam que o apoio à Argentina tem caráter político e eleitoral, especialmente às vésperas das eleições legislativas de 26 de outubro, nas quais o partido La Libertad Avanza tenta consolidar maioria parlamentar.


O fortalecimento da aliança entre Milei e Washington marca uma guinada sem precedentes na política externa argentina. No entanto, a viabilidade de reduzir substancialmente a influência chinesa no país ainda é incerta, considerando os laços comerciais e financeiros consolidados ao longo de décadas.

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