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PAPA FRANCISCO (1936-2025): LÍDER HUMANITÁRIO EM UM MUNDO DESUMANO!

  • Foto do escritor: Zina Covesi
    Zina Covesi
  • 23 de abr.
  • 2 min de leitura

Em um planeta onde líderes são medidos por likes, algoritmos e discursos inflamados de ódio, limpeza étnica, a morte do Papa Francisco parece marcar o fim de uma era, a da coragem moral disfarçada de simplicidade.

 




Ele não era perfeito — era humano, e talvez seja essa a tragédia, em um mundo que virou uma caixa de ressonância para o sangue, a intolerância e o culto ao ego, seu tipo de humanidade já não cabe mais. 

 

Francisco não morreu de velhice, morreu porque o ar ficou pesado demais para pulmões que só respiravam compaixão, em suas últimas palavras públicas, disse: “Rezo para que as crianças de Gaza não precisem mais escolher entre morrer de fome ou sob os escombros”.

 

Sua biografia é uma lista de gestos proibidos no manual do poder moderno quando lavou os pés de refugiados muçulmanos (2016), enquanto Europa erguia cercas, disse “Quem sou eu para julgar?” sobre gays (2013), enquanto países criminalizam o amor, chamou a crise climática de pecado (2015), enquanto magnatas compram bunkers para fugir do apocalipse que eles próprios financiaram. 

 

Francisco não foi um santo, foi um estorvo aos sistemas e por isso, incomodava tanto. Enquanto o mundo celebrava influencers de guerra, ele lembrava que Deus não é um xerife, mas um mendigo de amor. 

 

Sua morte expõe uma verdade incômoda, de que estamos cada vez mais sozinhos, o século XXI está enterrando os líderes humanistas e deixando viver os desumanos, restando os genocidas, fascistas e conservadores cegos pelo poder.

 

Enquanto Gaza arde, Francisco doou US$ 1 milhão do Vaticano para hospitais palestinos (2023). Quando a Hungria criminalizou ajuda a refugiados (2021), ele disse que migrar não é crime, mas que o crime é a indiferença.

 

Sua popularidade era global, entre católicos, não católicos, ateus e tantos outros, exceto entre quem decide o destino do mundo, das pessoas que irão viver e as que irão morrer.  Progressistas o criticavam por não demolir dogmas rápidos o bastante, governos o temiam, porque sua voz desmascarava a farsa da neutralidade em genocídios. 

 

Para os não-católicos, como eu, Francisco não era um líder religioso apenas era um termômetro ético em um mundo com febre e sede de ódio, sua morte é uma perda para todos que ainda acreditam em gestos sem hashtags, em amor sem barganha. 

 

Lembre-se que Francisco não mudou o mundo, mas provou que ainda podemos ser humanos em tempos desumanos. 

 

Descanse Francisco, o mundo já está perverso demais para você, todos nos tornamos cúmplices, parafraseando você, “nenhum sistema econômico é justo se seu preço é descartar vidas”. 

 

Nota da autora: Escrevi esta despedida, mesmo não acreditando no catolicismo, mas como alguém que acredita que a humanidade precisa de faróis, mesmo que breves, em sua noite escura.

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