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410 palestinos assassinados em centros da centros da GHF de distribuição de ajuda humanitária

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) denunciou nesta terça-feira (24) que pelo menos 410 palestinos foram mortos por forças israelenses enquanto tentavam acessar centros de distribuição de ajuda humanitária em Gaza. A entidade classificou as mortes como "possíveis crimes de guerra", em meio ao agravamento da crise humanitária no território sitiado.


Faixa de Gaza, 2025 ©mahmoudhamda
Faixa de Gaza, 2025 ©mahmoudhamda

Desde o início das operações da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por Israel e Estados Unidos, em 27 de maio, a situação nos pontos de distribuição se deteriorou, segundo o ACNUDH. Ignorando mecanismos tradicionais coordenados pela ONU e outras organizações estabelecidas, os centros da GHF têm sido marcados por cenas de caos e violência, incluindo tiroteios contra civis desesperados por alimentos.


“O modelo militarizado de distribuição adotado por Israel contraria os padrões internacionais de ajuda humanitária”, afirmou o porta-voz do ACNUDH, Thameen Al-Keetan. Ele acrescentou que restringir o acesso a alimentos e serviços essenciais pode constituir não apenas crime de guerra, mas também outras violações graves do direito internacional.


Segundo a última atualização do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), dezenas de pessoas continuam sendo mortas e feridas diariamente em Gaza, enquanto operações humanitárias de grande escala seguem obstruídas, deixando milhares de civis sem assistência.


Al-Keetan destacou que vítimas foram atingidas por bombardeios ou tiros das "Forças de Defesa de Israel" enquanto buscavam ajuda. A situação agravou-se com relatos de que outras 93 pessoas foram mortas ao se aproximarem de comboios de ajuda organizados por agências da ONU e parceiros internacionais.


Mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência estão entre os mais afetados pela falta de acesso à ajuda, destacou o ACNUDH. Saques a comboios humanitários se tornaram frequentes, reflexo de mais de 20 meses de bombardeios e do bloqueio quase total de suprimentos essenciais, como comida, combustível e medicamentos.


A ONU estima que cerca de 3.000 palestinos tenham ficado feridos em incidentes relacionados à busca por ajuda. “O povo de Gaza está sendo forçado a escolher entre morrer de fome ou arriscar a vida por um pacote de alimentos”, declarou o porta-voz da ONU.


Mesmo com algumas operações humanitárias ainda em andamento, a ONU depende da autorização das autoridades israelenses para atuar. Nos últimos dias, apenas oito dos 16 pedidos de missão foram aprovados, limitando o transporte de água, combustível e a recuperação de corpos.


A diretora do Serviço de Informação da ONU em Genebra, Alessandra Vellucci, denunciou a negação de acesso a áreas críticas e advertiu que a situação beira o colapso total. O chefe do OCHA no Território Palestino Ocupado, Jonathan Whittall, foi ainda mais enfático:


“Estamos diante da fome sendo usada como arma, de um deslocamento forçado, de uma sentença de morte para civis. Tudo isso parece parte de um processo sistemático de apagamento da vida palestina em Gaza.” Jonathan Whittall

Apesar da restauração parcial dos serviços de telecomunicação no final de semana, a continuidade da conectividade está ameaçada pela escassez de combustível. A falta de abastecimento afeta não apenas a comunicação, mas também o funcionamento de hospitais, ambulâncias e estações de dessalinização.


A crise de acesso se reflete diretamente nos hospitais, especialmente no Complexo Médico Nasser, onde a falta de combustível e a insegurança dificultam a locomoção de pacientes e profissionais. Em Khan Younis, internações em hospitais de campanha triplicaram nos últimos dias, diante da sobrecarga das unidades principais.


Grande parte de Gaza continua sob ordens de evacuação emitidas pelos militares israelenses. Na segunda-feira, dois bairros de Khan Younis receberam novas ordens de deslocamento, mesmo já tendo sido alvo de evacuações anteriores. Neles estão localizados os hospitais Al Amal e Nasser, cujo acesso também está sendo comprometido pelas medidas israelenses.


A ONU segue apelando por um cessar imediato das hostilidades, acesso irrestrito à ajuda humanitária e responsabilização dos responsáveis por graves violações dos direitos humanos em Gaza.

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