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Emma Jung: a mente brilhante que moldou a psicologia ao lado de Carl Jung

Por muito tempo, Emma Jung, esposa do célebre psicanalista suíço Carl Gustav Jung, foi lembrada na própria família quase exclusivamente como uma mãe e avó dedicada. Suas produções intelectuais originais – fruto de uma investigação profunda sobre seu próprio inconsciente – permaneceram praticamente desconhecidas.


“Quase ninguém tinha ideia do que ela havia produzido de fato”, afirma Thomas Fischer, bisneto do casal e ex-diretor da Fundação das Obras de C.G. Jung, hoje membro do conselho e editor da instituição.


Agora, 150 anos após o nascimento de Carl Jung, Emma e outras mulheres de seu círculo finalmente começam a ganhar visibilidade como pensadoras essenciais na construção de conceitos que marcaram a psicologia analítica, como individuação e arquétipos.


EMMA E CARL JUNG EM UMA CONFERÊNCIA DA FUNDAÇÃO ERANOS. FOTOGRAFIA DE MARGARETHE FELLERER VIA INTERFOTO / ALAMY STOCK PHOTO
EMMA E CARL JUNG EM UMA CONFERÊNCIA DA FUNDAÇÃO ERANOS. FOTOGRAFIA DE MARGARETHE FELLERER VIA INTERFOTO / ALAMY STOCK PHOTO

Emma Jung: da sombra à luz


“Emma esteve no coração da vida e do trabalho de Jung”, afirma Sonu Shamdasani, professor da University College London e editor de O Livro Vermelho, diário íntimo de Jung que ficou trancado por décadas. Segundo ele, o legado de Carl Jung não existiria sem a participação ativa da esposa — não apenas cuidando da família e da casa, mas também como parceira intelectual.


Como muitas mulheres ligadas a grandes nomes da história, Emma demorou a receber reconhecimento por seu próprio trabalho. Durante o casamento, foi tradutora, anotadora e colaboradora de Jung, além de ter se tornado analista e a primeira presidente do Clube de Psicologia de Zurique. Publicou dois livros: um sobre a lenda do Santo Graal, paixão de juventude, e outro explorando os conceitos de animus e anima, os aspectos masculino e feminino da psique.


Um tesouro escondido

A redescoberta de Emma começou na década de 1990, quando a pesquisadora Imelda Gaudissart procurou a família para escrever sua biografia. Até então, acreditava-se que a maior parte dos papéis pessoais de Emma havia sido destruída antes de sua morte, em 1955.


Foi Thomas Fischer quem decidiu abrir os arquivos familiares e encontrou cartas, palestras, poemas e desenhos inéditos, que revelam uma mulher intelectualmente vigorosa, capaz de mergulhar em seu próprio inconsciente com a mesma profundidade que marcou o trabalho do marido. O material originou Dedicated to the Soul, publicado em janeiro.


“Encontrar esses documentos foi como montar um mosaico”, resume Fischer. “Eles nos permitem compreender melhor quem Emma realmente foi, para além da imagem de esposa e colaboradora que predominou durante décadas.”


Hoje, ao lado de figuras como Sabina Spielrein e Toni Wolff, Emma Jung passa a ocupar seu espaço na história da psicologia — não apenas como sombra de Carl Jung, mas como uma força intelectual própria.

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