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"A Longa Marcha" novo filme inspirado em livro de Stephen King revisita os ecos da Guerra do Vietnã

Stephen King
Stephen King

Poucos autores conseguiram traduzir em literatura os traumas coletivos de sua geração como Stephen King. Conhecido por suas histórias de terror psicológico e fantástico, King também mergulhou em obras que funcionam como metáforas sombrias da realidade histórica e política dos Estados Unidos. Um exemplo é A Longa Marcha (The Long Walk), livro escrito em 1967 sob o pseudônimo Richard Bachman, que agora ganha nova adaptação cinematográfica.


O romance parte de uma premissa simples e brutal: cem jovens participam de uma marcha sem descanso, onde apenas um sobreviverá. Regras duras — como manter uma velocidade mínima sob risco de execução imediata — transformam a jornada em uma metáfora da sociedade que sacrifica seus jovens em nome de ideais distorcidos.


O eco da Guerra do Vietnã

Quando escreveu o livro, King ainda era um estudante universitário e, como muitos jovens de sua geração, convivia com o espectro da Guerra do Vietnã. O conflito não apenas dividiu os Estados Unidos internamente, como também expôs a juventude ao alistamento compulsório e a uma guerra sem sentido claro.


Não é difícil enxergar na Longa Marcha um reflexo desses tempos: jovens submetidos a uma competição mortal, controlada por um Estado autoritário, enquanto espectadores assistem de longe, como se fosse entretenimento. O absurdo da guerra — soldados marchando para a morte sem compreender completamente o motivo — ecoa na narrativa distópica de King.


Da literatura para a tela

A adaptação promete resgatar a tensão sufocante do livro, explorando o lado psicológico dos personagens e o peso da vigilância constante. Mais do que ação ou suspense, a história é um retrato da obediência cega e do custo humano de sistemas que tratam vidas como descartáveis.


Ao mesmo tempo, o filme dialoga com debates atuais: até que ponto a sociedade de hoje continua reproduzindo, sob outras formas, a mesma lógica da Guerra do Vietnã? Quantas vezes jovens ainda são enviados para “marchas longas”, seja em conflitos armados, seja em sistemas econômicos e sociais que exploram sua energia até a exaustão?


Mais do que um thriller, A Longa Marcha é uma reflexão sobre obediência, resistência e a crueldade institucionalizada. Revisitar essa obra no cinema é mergulhar no universo sombrio de Stephen King, mas também relembrar como a literatura e o cinema podem funcionar como espelhos dos traumas históricos que moldaram gerações.



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