BRICS desafia hegemonia global e exige reforma urgente da ONU
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- 7 de jul.
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Durante a 17ª Cúpula do BRICS, realizada neste domingo (6) no Rio de Janeiro, os líderes das 11 nações-membro lançaram um forte apelo por um novo arranjo no sistema de governança internacional. Sob a presidência rotativa do Brasil, o grupo divulgou uma declaração conjunta que reafirma o compromisso com o multilateralismo e exige uma reforma estrutural da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente de seu Conselho de Segurança.
“Defendemos um sistema internacional mais justo, eficaz, representativo e democrático”, afirma o texto, que critica diretamente a concentração de poder nas mãos de poucas nações e propõe maior protagonismo aos países do Sul Global.

A declaração também oficializou a entrada da Indonésia como membro pleno do bloco, e reconheceu como “países parceiros” outras nações em desenvolvimento com forte interesse em integrar o grupo, como Cuba, Bolívia, Nigéria, Malásia e Uzbequistão, entre outros.
O BRICS aproveitou a ocasião para lançar iniciativas concretas voltadas a problemas globais contemporâneos:
Finanças climáticas, por meio de uma declaração-marco;
Governança da Inteligência Artificial, que aponta riscos de concentração tecnológica;
E a Parceria do BRICS para a Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas, que visa combater desigualdades em saúde.
Essas ações demonstram, segundo os signatários, a disposição do bloco em assumir responsabilidades globais com soluções sustentáveis, inclusivas e centradas na equidade.
A cúpula segue nesta segunda-feira (7) com sessões voltadas ao meio ambiente, à COP 30 e à saúde global. Na abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a diversidade do grupo como ativo estratégico para mediar conflitos e promover a paz mundial.
“O BRICS não é apenas um agrupamento econômico. É uma força política que pode romper com a lógica excludente das potências tradicionais”, afirmou Lula.
BRICS em números (2024):
48% da população mundial
40% do PIB global
US$ 210 bilhões em comércio com o Brasil
US$ 51 bilhões em investimentos no país
US$ 10,4 bilhões de superávit comercial com o bloco no 1º semestre de 2025
O BRICS, que agora inclui países como Arábia Saudita, Irã, Etiópia e Egito, se consolida como o principal polo de articulação política e econômica dos países emergentes. Com 11 membros e dezenas de nações observadoras ou parceiras, o bloco avança como alternativa concreta à hegemonia ocidental.
Com o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, o Brasil, em sua quarta presidência do BRICS, pretende consolidar reformas na arquitetura global que deem voz efetiva aos países historicamente marginalizados nos grandes fóruns internacionais.


























































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