Conselho Norueguês da Paz cancela cerimônia de premiação de María Corina Machado
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O Conselho Norueguês da Paz decidiu cancelar a procissão com tochas que tradicionalmente celebra o Prêmio Nobel da Paz, concedido à venezuelana María Corina Machado em 2025. Segundo comunicado oficial, a decisão foi tomada após consultas com as 17 organizações pacifistas que compõem o conselho, visando manter a coerência com os princípios de paz, justiça e diálogo que a entidade representa.
A presidente do conselho, Eline H. Lorentzen, afirmou que a decisão foi “difícil, mas necessária”, reiterando respeito pelo Comitê Nobel e pelo prêmio como instituição, mas defendendo que a organização mantenha fidelidade aos valores que representa. A nota ressalta que a cerimônia tradicional não ocorrerá este ano, mas futuras premiações deverão ser celebradas dentro do formato costumeiro.

O comunicado reforça que o conselho continuará promovendo iniciativas de desarmamento, mediação de conflitos e métodos não violentos, destacando prêmios futuros que reflitam esses valores, sem que a ausência da cerimônia prejudique o reconhecimento oficial da laureada.
María Corina Machado, deputada cassada e líder da extrema direita venezuelana, possui histórico de apoio a golpes e intervenções estrangeiras na Venezuela. Em 2008, apoiou o golpe relâmpago contra Hugo Chávez e assinou o chamado Decreto Carmona, que suspendia o Congresso e a Suprema Corte durante dois dias. Em 2019, apoiou a autoproclamação de Juan Guaidó como “presidente interino” e defendeu intervenção militar estrangeira, inclusive em parceria com políticas dos EUA.
A carreira política de Machado também inclui o mandato de deputada pelo Estado de Miranda, iniciado em 2010, e cassação em 2014 após aceitar cargo de embaixadora do Panamá na OEA sem autorização do Parlamento venezuelano. Além disso, ela já solicitou sanções econômicas contra a Venezuela e até apoio militar internacional, chegando a apelar diretamente ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em questões relacionadas à intervenção externa.
Apesar do histórico de Machado, o Comitê Norueguês do Nobel justificou a concessão do prêmio afirmando que a venezuelana representa um “símbolo da luta democrática”. A decisão gerou controvérsia, refletindo divergências entre os princípios do Conselho Norueguês da Paz e a avaliação do Comitê Nobel sobre os critérios de premiação.


























































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