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Cortes de financiamento põem em risco um terço dos programas globais de combate à violência contra mulheres

Um novo relatório da ONU Mulheres, intitulado Em risco e subfinanciado, revela que cortes no financiamento estão desmantelando programas essenciais no combate à violência de gênero em todo o mundo. A pesquisa global entrevistou 428 grupos de direitos das mulheres e organizações da sociedade civil e identificou que cerca de 33% suspenderam ou encerraram iniciativas voltadas a proteger mulheres e meninas.


Mais de 40% das organizações relataram redução ou fechamento de serviços essenciais, incluindo abrigos, atendimento jurídico, suporte psicossocial e assistência médica. Entre os grupos pesquisados, quase 80% apontaram que o acesso das sobreviventes a serviços críticos foi significativamente limitado, enquanto 59% perceberam aumento da impunidade e da normalização da violência contra mulheres.


 Porto Príncipe, 19 jan. 2010. Fotografia. Organização das Nações Unidas
Porto Príncipe, 19 jan. 2010. Fotografia. Organização das Nações Unidas

Kalliopi Mingeirou, chefe da seção Acabar com a Violência Contra Mulheres e Meninas da ONU Mulheres, destacou a gravidade da situação:


“As organizações de direitos das mulheres são a espinha dorsal do progresso contra a violência, mas estão sendo levadas ao limite. Sem investimento contínuo, décadas de conquistas podem ser perdidas, e a violência contra mulheres e meninas tende a crescer.”

Segundo dados da agência, cerca de 736 milhões de mulheres — quase uma em cada três — sofreram violência física ou sexual, na maioria das vezes perpetrada por parceiros íntimos. O relatório enfatiza que muitas organizações lideradas por mulheres em áreas de crise já estavam à beira do colapso, um cenário agora agravado pelo corte de recursos.


O prognóstico apresentado pelo estudo é preocupante: apenas 5% das organizações afirmaram ter capacidade para manter operações por mais de dois anos, enquanto 85% preveem retrocessos significativos em leis e proteções para mulheres e meninas. Mais da metade também demonstrou preocupação com ameaças crescentes a defensoras de direitos humanos.


O documento aponta que a escassez de financiamento ocorre em paralelo a uma reação global contra os direitos das mulheres, evidente em um quarto dos países pesquisados. À medida que os recursos diminuem, muitas organizações são obrigadas a priorizar serviços emergenciais em detrimento de estratégias de longo prazo que promovem mudanças sistêmicas.


O relatório Em risco e subfinanciado coincide com os 30 anos da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, marco histórico para a igualdade de gênero que colocou o fim da violência contra mulheres no centro das políticas internacionais. A ONU Mulheres reforça a necessidade urgente de governos e doadores protegerem, ampliarem e flexibilizarem o financiamento para evitar retrocessos e garantir a continuidade dos serviços vitais.

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