Desfile na Paris Fashion Week denuncia sequestro de migrantes venezuelanos
- www.jornalclandestino.org

- 30 de jun.
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O desfile do estilista Willy Chavarria durante a Paris Fashion Week transformou a passarela em uma denúncia política. Com apoio da American Civil Liberties Union (ACLU), a apresentação da coleção primavera-verão 2026, intitulada "HURON", abordou a situação de 252 migrantes venezuelanos detidos em condições degradantes no Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), em El Salvador.

Vestidos de branco e ajoelhadas no palco, as modelos simbolizaram os migrantes deportados pelos Estados Unidos para El Salvador, onde, segundo organizações de direitos humanos, estariam sendo mantidos como reféns na prisão construída pelo governo de Nayib Bukele durante o estado de exceção vigente no país.
A proposta artística dividiu opiniões. Enquanto críticos e ativistas destacaram a força simbólica do desfile como uma crítica aos abusos cometidos no sistema prisional salvadorenho, apoiadores do governo local acusaram o evento de “glorificar criminosos” e ignorar as vítimas da violência no país.
A reação do governo de El Salvador foi imediata. Autoridades ironizaram a apresentação sugerindo que os detidos fossem enviados à França. No domingo, o próprio presidente Nayib Bukele se pronunciou nas redes sociais, acusando o evento de “romantizar criminosos” e publicou um vídeo de uma menina dizendo ter medo de viver em Paris. “Este é o resultado da glorificação de criminosos em Paris. Quem perdoa o lobo, sacrifica as ovelhas”, escreveu Bukele. A publicação foi compartilhada pelo bilionário Elon Musk, dono da plataforma X.
Organizações como a ACLU aproveitaram a visibilidade do desfile para renovar as denúncias contra o Cecot, citando superlotação, maus-tratos e tortura. Segundo elas, os migrantes venezuelanos foram deportados sob suspeitas de ligação com o grupo criminoso Tren de Aragua — acusações feitas pelo governo dos EUA sem apresentação de provas.



































































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