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Exército israelense recebeu ordens para atirar em civis palestinos durante distribuição de ajuda humanitária

Reportagem publicada pelo jornal israelense Haaretz na última sexta-feira (27) revelou que o Exército de Israel recebeu ordens diretas para abrir fogo contra civis palestinos reunidos em pontos de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, mesmo sabendo que essas pessoas não apresentavam qualquer ameaça.


Faixa de Gaza, 2025. ©mahmoudhamda
Faixa de Gaza, 2025. ©mahmoudhamda

Baseado em depoimentos de soldados e oficiais que atuam na região, o jornal afirma que os disparos ocorreram sob a justificativa de dispersar multidões, ainda que muitos dos atingidos estivessem simplesmente esperando por alimentos. Um dos soldados ouvidos classificou a situação como uma “completa perda da pureza das armas”, enquanto outro descreveu os locais de distribuição como verdadeiros “campos de execução”, onde diariamente ocorrem mortes de uma a cinco pessoas.


Os centros de ajuda, operados sob coordenação israelense e com apoio dos Estados Unidos por meio do chamado Mecanismo de Ajuda Humanitária para Gaza, funcionam apenas uma hora por dia e são supervisionados pelas forças israelenses. Segundo os relatos, não há controle ou organização adequada no acesso, e pessoas que chegam antes da abertura ou após o encerramento do horário de funcionamento estariam sendo atingidas por disparos sem qualquer aviso.


Ainda de acordo com os soldados entrevistados, em vez de empregar métodos não letais de contenção, como gás lacrimogêneo, os militares têm usado armamento pesado, incluindo tiros diretos, lançadores de granadas e morteiros. Um dos relatos menciona que disparos foram feitos inclusive contra civis que estavam a centenas de metros de distância, durante a madrugada, sem que houvesse qualquer provocação do lado palestino.


Um oficial ouvido sob anonimato afirmou que há uma orientação para que tais ações não sejam registradas oficialmente, e sugeriu que a existência dos centros humanitários serve principalmente para manter uma aparência de legalidade diante da comunidade internacional. "Gaza já não importa para ninguém", disse um reservista, acrescentando que "a morte de civis deixou de ser chamada de tragédia".


A reportagem também apontou que a ausência de informações claras sobre os horários de distribuição contribui para aglomerações caóticas e, muitas vezes, fatais. Em algumas ocasiões, a ajuda sequer chegou a ser entregue por conta da confusão causada pela chegada antecipada dos necessitados.


Segundo dados de fontes médicas palestinas citadas no relatório, desde o final de maio, mais de 550 civis foram mortos e mais de 4.000 ficaram feridos enquanto aguardavam ajuda humanitária em Gaza.

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