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Exodus - Porque ‘nossa’ desgraçada, filha da puta, maldita e sangrenta Bandeira ainda tremula

  • Foto do escritor: Siqka
    Siqka
  • 29 de dez. de 2024
  • 2 min de leitura

Durante minha adolescência, mergulhei intensamente no gênero metal, ouvindo diversas bandas que, na época, pareciam trazer rebeldia contra o sistema que eu buscava. No entanto, conforme fui me envolvendo em lutas por justiça social, antirracismo e contra todo tipo de preconceito, minha visão começou a mudar. Aos poucos, tornei-me mais criterioso com aquilo que consumia, a ponto de jogar boa parte das bandas que ouvia na lata do lixo.


Sempre acreditei que a música é uma das ferramentas mais poderosas para transformar o mundo — uma forma de resistir, questionar e, quem sabe, até fazer revolução. No entanto, ao longo do tempo, deparei-me com uma enxurrada de hipocrisia que esvaziava as mensagens que antes me inspiravam. Isso reduziu drasticamente o meu horizonte musical, deixando apenas algumas bandas que ainda respeito e admiro.Entre elas, está o Exodus, uma banda estadunidense que continua a me impactar com sua autenticidade e peso. Hoje, quero compartilhar com você uma das letras que mais admiro.



Scar Spangled Banner / Cicatrizes que enfeitam a Bandeira

Banda:Exodus



Oh, porra, diga que você pode ver

Os mísseis caem como chuva

A majestade das malditas montanhas

Corpos mortos na planície

Pela luz estranha do bombardeio

Veja as ondas vermelhas

O que tão orgulhosamente todos eles caíram

O crepúsculo dos mortos

América - os violentos, os indiferentes

Deus cagou sua desgraça em mim

América - o arrogante, o beligerante

Viverá na infâmia

Nós o povo, por nenhum povo

Asseguramos as bênçãos da tragédia

Fazemos ou desfazemos, nós estabelecemos

A bandeira coberta de cicatrizes


Nós não juramos fidelidade a nenhum Deus

Apenas ao sangue

A liberdade é apenas um sonho

Ao morrer na lama

Esta, a terra dos enganados, casa dos depravados

As bombas caem como folhas

E a bandeira mortal ainda tremula


Vermelho, a bela cor de sangue

Fluindo como um riacho

Branco, a cor de osso alvejado

Lindo e obsceno

Azul, a cor da carne com hematomas

Espancada, rasgada e quebrada

As cores da bandeira do ódio

De violência e pornografia

O que você vê, é o que você obtém

Você ainda não viu a trilha sangrenta

Não sou patriota, apenas a odeio

Sou um “hate-triot”


Esporte de sangue, essa minha aposta é certa

Veja a bandeira, pegue um saco de corpo

A salvação formada por um projétil 44

Nada sobrou, ninguém foi salvo

Porque nossa desgraçada, filha da puta, maldita e sangrenta Bandeira ainda tremula



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