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Explosão de violência armada no Sudão do Sul deixa quase 900 mortos em seis meses

Relatório aponta aumento de 16% nas mortes por armas de fogo em relação a todo o ano anterior; civis e empresários entre as vítimas.


Pelo menos 877 pessoas foram mortas no Sudão do Sul apenas na primeira metade de 2025 em decorrência de episódios de violência com armas de fogo, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira (5) pela ONG sul-sudanesa Rede Cidadã pela Democracia (OCND, na sigla em inglês). O levantamento, intitulado Projeto Truth Lab, revela que entre os mortos estão 277 civis, 597 soldados e três estrangeiros — empresários emboscados em rodovias durante o transporte de mercadorias.


Sudão do Sul ©THE NEW YORKER
Sudão do Sul ©THE NEW YORKER

Os dados representam um aumento de 16% em comparação com todo o ano de 2024, quando 755 mortes haviam sido registradas por motivos semelhantes. De acordo com a OCND, os 114 incidentes contabilizados no período estão ligados, sobretudo, a roubos de gado, disputas entre e dentro de comunidades, atividades criminosas e ações de gangues. Também foram registrados casos decorrentes de emboscadas, operações militares de contra-insurgência, suicídios, acidentes e confrontos armados.


A organização alerta para a gravidade do cenário e denuncia que, apesar de iniciativas do governo e de parceiros internacionais para conter a violência, os ataques armados continuam a se espalhar pelo país. Entre as causas estruturais apontadas no relatório estão a fragilidade do Estado de direito, a instabilidade política e a ausência de mecanismos eficazes de justiça e reconciliação.


O documento ainda cobra ações urgentes das autoridades de Juba e da oposição armada para implementar, de forma efetiva, o acordo de paz assinado em 2018 — marco que pôs fim à guerra civil que matou cerca de 400 mil pessoas, mas que permanece em grande parte não aplicado.


Como medida para conter a escalada da violência, a OCND recomenda que o governo sul-sudanês priorize programas de Desarmamento, Desmobilização e Reinserção (DDR) em todo o território, além de investir no fortalecimento institucional, em iniciativas comunitárias de segurança e em políticas públicas de combate à pobreza. A ONG também destaca a importância de enfrentar o colapso econômico e fomentar a educação midiática como estratégia para conter a disseminação de discursos de ódio e a desinformação, fatores que inflamam ainda mais as tensões locais.

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