França em ebulição: movimento “Bloquear Tudo” paralisa cidades e mobiliza até 250 mil pessoas contra Macron
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- 10 de set.
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A França viveu nesta quarta-feira (10), um dos dias de maior mobilização social do ano. O movimento “Bloquear Tudo”, surgido nas redes sociais durante o verão europeu, convocou manifestações e bloqueios em várias cidades do país, em protesto contra a política econômica e social do presidente Emmanuel Macron.
Segundo o Ministério do Interior, cerca de 175 mil pessoas participaram das ações, enquanto a central sindical CGT elevou a estimativa para 250 mil manifestantes. Ao todo, foram registradas 812 iniciativas, entre comícios e bloqueios, em diferentes regiões francesas.

A mobilização começou ainda na madrugada, com interrupções em estradas, ocupações em escolas de ensino médio e paralisações em pontos estratégicos do transporte público. Em Paris, a região de Châtelet-Les Halles precisou ser fechada após convocatórias de saques circularem nas redes. Estações de metrô e trechos do RER também tiveram o funcionamento comprometido.
Em várias cidades, os atos inicialmente pacíficos deram lugar a confrontos. Em Marselha, manifestantes tentaram ocupar a estação Saint-Charles, enquanto em Lyon e Montpellier a tropa de choque utilizou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar grupos que arremessavam objetos contra a polícia. Em Nantes, projéteis foram lançados contra a prefeitura.
O saldo parcial foi de 473 prisões, das quais 203 apenas na região parisiense, incluindo menores de idade. Em Paris, um incêndio em um restaurante no bairro de Les Halles está sendo investigado, após suspeita de que tenha sido provocado involuntariamente durante uma operação policial.

O ministro do Interior, Bruno Retailleau, que está de saída do cargo, anunciou a mobilização de 80 mil agentes de segurança em todo o país, sendo 6 mil apenas em Paris, e prometeu “tolerância zero” diante de depredações ou tentativas de bloqueio de infraestruturas essenciais, como refinarias e ferrovias.
Além da população organizada pelas redes, estudantes e ex-“coletes amarelos” também marcaram presença. A União dos Estudantes estimou em 80 mil jovens a adesão às mobilizações, que se somaram a categorias profissionais, aposentados e sindicalistas. Muitos manifestantes afirmaram agir por insatisfação com o custo de vida, a perda de poder aquisitivo e a percepção de que o governo não os ouve.
A CGT classificou o dia como um “sucesso” e convocou nova jornada de paralisações para 18 de setembro. A tensão social ganha força logo após a nomeação de Sébastien Lecornu como primeiro-ministro, substituindo François Bayrou, destituído na véspera.






































































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